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Cisjordânia fecha escolas para conter variantes do coronavírus

Jovem palestino de máscara passa de bicicleta em frente a um mural retratando a vacinação contra o coronavírus, na Cidade de Gaza, em 31 de dezembro de 2020 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]
Jovem palestino de máscara passa de bicicleta em frente a um mural retratando a vacinação contra o coronavírus, na Cidade de Gaza, em 31 de dezembro de 2020 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]

As escolas na Cisjordânia ocupada serão fechadas novamente por ao menos doze dias, como parte dos esforços para conter o rápido aumento do contágio por variantes do covid-19, declarou no sábado (27) o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina Mohammed Shtayyeh.

As informações são da agência Reuters.

Apenas escolas de ensino médio não serão fechadas, por ora.

As restrições entram em vigor neste domingo (28), advertiu Shtayyeh em discurso televisionado, no qual reiterou a urgência de medidas rigorosas devido ao grande número de casos das variantes britânica e sul-africana no território palestino.

Unidades de terapia intensiva (UTIs) para pacientes com coronavírus atingiram ocupação de 95% na Cisjordânia e a reabertura das escolas foi identificada como fonte majoritária da súbita propagação da doença, detalhou o Ministério da Saúde.

Na quinta-feira (25), o governo reportou que uma amostra randômica de pacientes com coronavírus demonstrou que mais de três quartos foram infectados com a variante britânica.

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Nesta semana, o Banco Mundial relatou que os territórios palestinos têm uma das mais baixas taxas de testagem no Oriente Médio e Norte da África e que os índices de testes positivos superaram 21% na Cisjordânia e 29% em Gaza, indicando contágio sem controle da doença.

A Cisjordânia, habitada por 3.1 milhões de palestinos, registrou 118.519 casos de covid-19 e 1.406 mortes. Gaza, onde restrições foram suspensas gradualmente desde janeiro, reportou 55.091 casos e 549 mortes, entre uma população de 2 milhões de pessoas.

Com apenas 32 mil doses de vacinas em mãos, em fevereiro, os palestinos lançaram programas de imunização bastante limitados, tanto na Cisjordânia quanto na Faixa de Gaza, com prioridade aos profissionais de saúde da linha de frente.

A Autoridade Palestina aguarda uma primeira remessa da iniciativa internacional Covax em semanas e alega esperar fechar ainda acordos com a Rússia e com a farmacêutica AstraZeneca, para obter seus respectivos imunizantes em meados de março.

Israel doou somente 2 mil doses à Autoridade Palestina, diante de acusações de conduzir um apartheid de saúde, por não fornecer vacinas aos palestinos.

A despeito de sua obrigação como potência ocupante, estabelecida pela lei internacional, o estado sionista alega que, sob os “acordos de paz” em vigor, a Autoridade Palestina é responsável pela imunização na Cisjordânia e Faixa de Gaza.

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