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Bangladesh transfere minoria rohingya a ilha remota

Refugiados rohingya são transferidos à ilha de Bhashan Char em um navio da Marinha de Bangladesh, em 4 de dezembro de 2020 [AFP/Getty Images]
Refugiados rohingya são transferidos à ilha de Bhashan Char em um navio da Marinha de Bangladesh, em 4 de dezembro de 2020 [AFP/Getty Images]

Nesta segunda-feira (28), o governo de Bangladesh começou a realocar um segundo grupo de refugiados rohingya a uma ilha remota, sob receios de perseguição e alertas proferidos por organizações de direitos humanos, reportou a agência Anadolu.

Por telefone à Anadolu, um cidadão rohingya relatou que aproximadamente mil refugiados foram levados em quinze ônibus ao porto de Chottogram, no sul de Bangladesh, após embarcarem na cidade de Bazar de Cox.

“Temos esperanças de que Bangladesh mantenha seu compromisso conosco, de conceder novas oportunidades a uma vida melhor, com liberdade, prosperidade, saúde e educação”, declarou o refugiado, em condição de anonimato.

Como seus antecessores, os rohingya do segundo grupo passarão a noite em Chottogram e viajarão à ilha de Bhasan Char por mar, conduzidos por navios da Marinha de Bangladesh, na manhã de terça-feira (29).

“Estamos plenamente dispostos a receber novas chegadas em Bhasan Char. Esperamos que [os refugiados] cheguem ao destino até a noite de terça-feira”, declarou Abdullah Al Mamun Chowdhury, diretor do campo de reabilitação rohingya estabelecido na ilha.

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Conforme o plano do governo local, declarou Chowdhury, arranjos foram feitos para realocar até 100.000 rohingyas em Bhasan Char. “No primeiro lote, recebemos 1.642 rohingyas e os assentamos aqui. Agora, esperamos receber pouco menos de mil refugiados”, afirmou.

Ao citar questões de segurança nos campos improvisados e superlotados, no distrito de Bazar de Cox, Bangladesh desenvolveu novos assentamentos provisórios para os refugiados, até sua repatriação pacífica em seu estado natal de Rakhine, em Myanmar.

Os rohingyas são descritos pela ONU como o povo mais perseguido do mundo e convivem com temores gradativos de novos atentados, após dezenas de pessoas serem mortas por uma onda de violência sectária, em 2012.

Segundo a Anistia Internacional, mais de 750.000 refugiados rohingyas – na maioria, mulheres e crianças – fugiram de Myanmar e entraram em Bangladesh, após forças birmanes lançarem uma forte repressão contra a minoria islâmica, em agosto de 2017.

Desde 25 de agosto de 2017, quase 24.000 muçulmanos rohingyas foram mortos pelas forças de segurança de Myanmar, segundo relatório da Agência de Desenvolvimento Internacional de Ontário (OIDA).

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