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Carta exorta Emirados e Bahrein a não dividirem evento com negacionista da Nakba

Tzipi Hotovely, embaixadora israelense ao Reino Unido, em Jerusalém, 11 de janeiro de 2017 [Menahem Kahana/AFP/Getty Images]
Tzipi Hotovely, embaixadora israelense ao Reino Unido, em Jerusalém, 11 de janeiro de 2017 [Menahem Kahana/AFP/Getty Images]

Mais de cem acadêmicos e organizações islâmicas no Reino Unido assinaram uma carta aberta em apelo aos embaixadores dos Emirados Árabes Unidos e Bahrein para que retirem-se de uma conferência compartilhada com Tzipi Hotovely, negacionista da Nakba.

A Nakba representa a chamada a catástrofe palestina, mediante limpeza étnica, para criação do Estado de Israel, em 1948.

Hotovely é embaixadora israelense ao Reino Unido e deverá dividir uma plataforma virtual com suas contrapartes emiradense e barenita, como parte de um evento decorrente da normalização em curso entre os estados do Golfo e a ocupação israelense.

Em nota, afirmam os signatários: “Normalizar relações políticas com uma potência colonial racista permanece imprudente. Mas compartilhar uma plataforma com Hotovely, descrita como racista, é apoiar a violação dos direitos humanos humanos do povo palestino”.

“Ao dividir a plataforma com Hotovely, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein não somente normalizam laços políticos com a ocupação israelense, como também promovem o racismo e o colonialismo”, prosseguiu o comunicado.

Leia um trecho da carta a seguir:

Aos embaixadores Mansoor Abulhoul, dos Emirados Árabes Unidos, e Fawaz Al-Khalifa, do Bahrein.

Ficamos profundamente preocupados ao saber que os senhores estão prestes a compartilhar uma plataforma com a embaixadora israelense Tzipi Hotovely, em 15 de dezembro, em Londres. Queremos trazer à sua atenção o fato de que Hotovely nega que os palestinos estejam sob ocupação e refere-se à Cisjordânia ocupada como Judeia e Samaria.

Segundo o jornal The Independent, afirmou Hotovely: “Nego a ideia de ocupação. Trata-se de Judeia e Samaria”.

O jornal The Guardian destacou que ela descreve a si própria como “direitista religiosa” e rejeita todas as reivindicações palestinas sobre qualquer parte da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental. A organização Na’amod, composta por judeus britânicos contra a ocupação, descreve Hotovely como “racista”, que nega direitos iguais ao povo palestino.

Sua indicação como embaixadora resultou em uma petição assinada por 800 judeus britânicos, enviada ao governo do Reino Unido, em repúdio à posição de Hotovely como embaixadora. Em discurso público, ela referiu-se ainda à Nakba, limpeza étnica do povo palestino, entre 1947 e 1948, como “mentira”. Compartilhar uma plataforma com figura tão controversa sugere apoio dos senhores ao racismo e à limpeza étnica perpetrados contra os palestinos.

Nós, acadêmicos e organizações islâmicas, signatários abaixo, exortamos os senhores a revogar sua participação na plataforma compartilhada com Tzipi Hotovely.

LEIA: Normalização com Israel incluiu a submissão dos Emirados à humilhação deliberada

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