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Rússia pretende estabelecer base militar no Sudão

Veículos do Exército da Rússia tomam as estradas em Kamisli, Síria, conforme operação de reforço logístico em seus postos militares, em 14 de setembro de 2020 [Samer Uveyd/Agência Anadolu]
Veículos do Exército da Rússia tomam as estradas em Kamisli, Síria, conforme operação de reforço logístico em seus postos militares, em 14 de setembro de 2020 [Samer Uveyd/Agência Anadolu]

Moscou anunciou um acordo preliminar com o Sudão, nesta quarta-feira (11), que deverá permitir o estabelecimento de bases logísticas navais na costa sudanesa do Mar Vermelho.

A base proposta será capaz de acomodar até 300 soldados e funcionários, conforme determinado pelo acordo, além de navios equipados com instrumentos nucleares – “levando em consideração os requisitos de segurança nuclear e ambiental” –, dado que não ultrapasse quatro navios ancorados simultaneamente.

Pacto bilateral

O Primeiro-Ministro da Rússia Mikhail Mishustin declarou em nota oficial, divulgada na última sexta-feira (6), que o acordo preliminar foi discutido brevemente com o governo sudanês e será submetido ao presidente russo Vladimir Putin.

O premiê sugeriu que o Sudão aprovou a instalação da base naval em seu território, em troca da promessa de desenvolver e modernizar a infraestrutura do país norte-africano, a fim de manter e abastecer os navios de guerra russos e conceder hospedagem a suas tripulações.

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A Rússia expressou disposição ainda em fornecer armamentos e equipamentos militares ao Sudão gratuitamente, com o objetivo de manter os sistemas de defesa aérea da base proposta.

Reiterou a declaração: “A presença da base logística naval da Rússia no Sudão, instituída para propósitos de defesa, coincide com os objetivos de manter a paz e estabilidade na região, e não impor quaisquer ameaças a outros países”.

O tratado terá duração de 25 anos, automaticamente renovado por períodos de dez anos consecutivos, caso nenhuma das partes notifique por escrito sua intenção de encerrá-lo.

Em 2017, o então Presidente do Sudão Omar al-Bashir visitou Moscou e assinou acordos para modernizar suas Forças Armadas. Após a deposição de al-Bashir, em 2019, o novo governo sudanês confirmou seu compromisso com tais tratados políticos, econômicos e militares.

A Rússia também envia conselheiros militares de tempos em tempos a diversos países africanos, como parte de seus esforços para restaurar a influência que detinha historicamente na região, antes do colapso da União Soviética, há mais de 30 anos.

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