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Vidas serão perdidas devido ao corte nas rotas humanitárias à Síria, alertam organizações

Menino carrega pacotes de auxílio humanitário para residentes deslocados na província de al-Hasakeh, nordeste da Síria, 22 de julho de 2019 [Delil Souleiman/AFP/Getty Images]
Menino carrega pacotes de auxílio humanitário para residentes deslocados na província de al-Hasakeh, nordeste da Síria, 22 de julho de 2019 [Delil Souleiman/AFP/Getty Images]

A resolução do Conselho de Segurança da ONU que deixa aberta apenas uma das duas travessias de fronteira disponíveis para remessas humanitárias à região noroeste da Síria, mantida pela oposição, custará vidas e deverá agravar o sofrimento de 1.3 milhões de pessoas que moram na área, alertaram organizações de direitos humanos.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Estados ocidentais pressionaram pela manutenção de ambas as rotas humanitárias localizadas na fronteira com a Turquia. Entretanto, China e Rússia – principal aliado do Presidente da Síria Bashar al-Assad – vetaram uma tentativa de último minuto, nesta sexta-feira (10), cujo intuito era manter ambas abertas.

“No noroeste da Síria, onde uma rota de segurança vital foi fechada … será ainda mais difícil alcançar cerca de 1.3 milhões de pessoas que dependem de alimentos e remédios entregues pela ONU, através da fronteira”, advertiram agências humanitárias que operam na Síria, em comunicado conjunto.

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“Muitos deixarão de receber a ajuda que tanto necessitam. Vidas serão perdidas. O sofrimento será agravado”, reiterou a declaração. “Junto do primeiro caso de covid-19 registrado em Idlib, [o corte nas rotas] representará um golpe devastador, a uma área cuja infraestrutura de saúde está severamente enfraquecida.”

Em outro comunicado, a organização Médicos por Direitos Humanos reportou que a resolução fechou efetivamente “rotas diretas a centenas de milhares de deslocados sírios, criticamente dependentes de comida e remédios”.

Rússia e China argumentaram que o noroeste da Síria pode ser alcançado a partir de rotas internas ao país, isto é, via território mantido pelo regime de Assad, e que remessas oriundas da Turquia representam violação à soberania síria.

“Esta questão não deve ser politizada”, afirmou Dmitry Polyanskiy, representante adjunto da Rússia nas Nações Unidas, após o voto.

Louis Charbonneau, diretor da ONU para a organização Observatório de Direitos Humanos (Human Rights Watch), declarou: “Os membros do conselho cederam e deram a Moscou o que queria, isto é, mais uma redução drástica na assistência transfronteiriça, com destino a sírios desesperados que dependem de ajuda para sobreviver”.

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