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Hospitais libaneses podem ficar sem oxigênio e anestésicos na próxima semana

Faltam remédios anteriormente disponíveis, à medida que a turbulência econômica do país se agrava

Os hospitais do Líbano estão enfrentando uma crise de caixa que pode deixar médicos sem suprimentos médicos importantes já na próxima semana, como resultado dos problemas econômicos do país e da pandemia global de coronavírus, de acordo com um relatório da Arab News.

Segundo informações, os fornecedores de gás oxigênio exigirão pronto  pagamento em dinheiro na entrega do produto, notavelmente escasso no país. Enquanto isso, os hospitais já estão lutando para importar óxido nitroso, usado na produção de gás anestésico, porque o item não se enquadra nos subsídios do Banco Central.

Por iniciativa do Banco Central, os pagamentos de suprimentos médicos são subsidiados em 85%. Isso significa que os hospitais podem trocar 85% do custo de importação da moeda local – a lira libanesa ou libra – pelo dólar americano, à taxa atrelada de 1.507,5 lira para cada dólar nos bancos. Os 15% restantes devem ser trocados ou comprados no mercado paralelo à taxa atual.

A alta demanda e a baixa oferta de dólares no Líbano, no entanto, agravadas pelo rápido aumento do preço dos suprimentos médicos como resultado da inflação, já levaram os hospitais ao ponto de colapso.

Segundo o Arab News o presidente do Sindicato dos Hospitais do Líbano, Dr. Sleiman Haroun, que, sem suprimentos de oxigênio e óxido nitroso, a realização de operações seria impossível.

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Os problemas de falta de dinheiro no setor de saúde do Líbano, no entanto, são mais profundos. O relatório do Arab News afirma que o Banco Central do país atrasou as transferências de dinheiro para os importadores.

Haroun disse que  “os pagamentos do governo a hospitais privados não são feitos regularmente, incluindo os do Ministério da Saúde, o Fundo Nacional de Seguridade Social e os fundos militares de saúde… Os pagamentos do governo são ainda menores do que o que precisamos pagar aos importadores de suprimentos médicos, e esses pagamentos são baseados na taxa de câmbio oficial. ”

O governo do Líbano deve aos hospitais quase US$ 1,3 bilhão em subsídios – uma quantia que vem subindo desde 2011 – mas os pagamentos são lentos e raramente são feitos. Várias vezes desde que o primeiro-ministro Hassan Diab assumiu o cargo no final de janeiro, o governo prometeu pagar integralmente essas dívidas, mas o dinheiro não se materializou, deixando os hospitais severamente sub financiados.

Segundo o Arab News, Haroun disse: “Existem 136 hospitais privados no Líbano e agora eles deixarão de receber novos pacientes, a menos que sejam casos de emergência subsidiados pelo Banco Central do Líbano.”

O presidente do sindicato também disse temer uma fuga de cérebros dos melhores médicos e enfermeiros do Líbano se a crise hospitalar continuar.

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