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Cartum em constante contato com a Etiópia para conter as tensões nas fronteiras

Membros do Exército Sudanês, em 18 de março de 2011 [Unamid/ Flickr]

O exército sudanês anunciou na sexta-feira ter mantido contato diplomático com a Etiópia para conter as tensões nas fronteiras, alertando para o “início de uma guerra total” entre os dois países.

A declaração foi feita à Agência Anadolu pelo porta-voz do exército sudanês, general Muhammad Al-Hassan, um dia após a morte de um oficial sudanês e sete soldados feridos por ataques de uma milícia etíope apoiada pelo exército de seu país.

Al-Hassan divulgou que “o contato entre o Sudão e a Etiópia para acalmar a situação na faixa de fronteira não parou”.

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“Queríamos dar uma chance à diplomacia entre Cartum (capital do Sudão) e Adis Abeba (capital da Etiópia), em vez do início de uma guerra total entre os dois países”, acrescentou Al-Hassan.

Ele explicou que “os recentes ataques do exército etíope e da milícia em territórios sudaneses violam acordos anteriores”.

Al-Hassan exortou o lado etíope a implementar o que foi previamente acordado em relação à demarcação e ao envio de forças de ambos os países nos dois lados da fronteira.

Al-Hassan apontou que as condições na fronteira estão agora “cautelosamente calmas”.

O porta-voz do exército também indicou que os reforços militares sudaneses no lado oriental não estão longe do local dos eventos.

Na quinta-feira, o exército sudanês anunciou a morte de um oficial, os ferimentos de sete soldados e a perda de outro, além da morte de uma criança e três civis feridos, como resultado de ataques lançados por uma milícia etíope durante nos últimos dois dias, nas áreas de fronteira entre os dois países, segundo o exército sudanês.

Não houve comentários imediatos do lado etíope sobre essas acusações.

Os períodos de preparação para a safra agrícola e a colheita no Sudão, nas áreas de fronteira com a Etiópia, costumam registrar ataques de gangues armadas fora do controle das autoridades etíopes, com vistas a apreender colheitas.

Em 21 de maio, uma delegação de alto nível do governo sudanês encerrou uma visita de quatro dias à capital etíope, durante a qual manteve discussões sobre a questão das fronteiras entre os dois países.

Concluindo a visita, o governo sudanês revelou em um comunicado que a área de Al-Fashqa, na fronteira entre o Sudão e a Etiópia, há muito tempo tem ataques de cidadãos e milícias etíopes, mas ainda não houve disputa sobre territórios sudaneses, e a Etiópia nunca reivindicou a afiliação da área a ela.

A área de Al-Fashqa, que cobre 251 quilômetros, tem tido confrontos entre agricultores de ambos os lados, especialmente durante a estação das chuvas, durante a qual pessoas foram mortas e feridas.

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