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Procuradoria cancela audiência de caso contra Netanyahu por visita aos EUA

2 de julho de 2025, às 12h17

distrital de Tel Aviv, em 21 de abril de 2025 [Moti Kimchi/AFP/Getty Images]

A procuradoria israelense acatou ao pedido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para adiar as audiências de seu caso por corrupção marcadas para a próxima semana, a fim de que viaje a Washington para se reunir com o presidente Donald Trump.

O adiamento foi corroborado pela imprensa israelense nesta quarta-feira (2), segundo informações da agência Anadolu.

Netanyahu deve debater Gaza, Irã e outras questões regionais com Trump e oficiais da Casa Branca e do Pentágono.

Sessões desta semana, previstas para ocorrerem na Corte Distrital de Jerusalém, foram também adiadas, sob requerimento similar do primeiro-ministro.

Trump — ele próprio condenado na justiça americana — tem reiterado apelos para que o processo de Netanyahu seja anulado, ao descrevê-lo como “caça às bruxas”.

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Netanyahu é acusado de fraude, propina e crime de responsabilidade.

Em janeiro, iniciou-se os depoimentos de Netanyahu para os Casos 1000, 2000 e 4000, após mais de cinco anos desde o indiciamento pela Procuradoria-Geral, em novembro de 2019, com abertura da tramitação judicial em maio seguinte.

Netanyahu é o primeiro incumbente a sentar-se nos bancos dos réus nas oito décadas de história de Israel.

É também inédito seu mandado de prisão emitido em novembro passado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade conduzidos ao longo do genocídio em Gaza, com ao menos 56 mil mortos.

Sob o mandado, Netanyahu não pode viajar a cerca de 120 países, sob risco de prisão, salvo não-signatários como Estados Unidos.