A procuradoria israelense acatou ao pedido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para adiar as audiências de seu caso por corrupção marcadas para a próxima semana, a fim de que viaje a Washington para se reunir com o presidente Donald Trump.
O adiamento foi corroborado pela imprensa israelense nesta quarta-feira (2), segundo informações da agência Anadolu.
Netanyahu deve debater Gaza, Irã e outras questões regionais com Trump e oficiais da Casa Branca e do Pentágono.
Sessões desta semana, previstas para ocorrerem na Corte Distrital de Jerusalém, foram também adiadas, sob requerimento similar do primeiro-ministro.
Trump — ele próprio condenado na justiça americana — tem reiterado apelos para que o processo de Netanyahu seja anulado, ao descrevê-lo como “caça às bruxas”.
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Netanyahu é acusado de fraude, propina e crime de responsabilidade.
Em janeiro, iniciou-se os depoimentos de Netanyahu para os Casos 1000, 2000 e 4000, após mais de cinco anos desde o indiciamento pela Procuradoria-Geral, em novembro de 2019, com abertura da tramitação judicial em maio seguinte.
Netanyahu é o primeiro incumbente a sentar-se nos bancos dos réus nas oito décadas de história de Israel.
É também inédito seu mandado de prisão emitido em novembro passado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade conduzidos ao longo do genocídio em Gaza, com ao menos 56 mil mortos.
Sob o mandado, Netanyahu não pode viajar a cerca de 120 países, sob risco de prisão, salvo não-signatários como Estados Unidos.