O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, confirmou nesta quarta-feira (2) a suspensão da cooperação do Estado persa com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), reportou a imprensa iraniana.
Conforme a rede Tasnim, o presidente sancionou uma nova lei do Congresso, aprovada na última semana, para suspender laços com a instituição das Nações Unidas.
A medida coincide com tensões entre Teerã e AIEA sobre monitoramento dos sítios de pesquisa e enriquecimento atômico iranianos, agravada por ataques militares recentes de Israel e Estados Unidos.
Israel respondeu à medida ao instar de França, Alemanha e Reino Unido — signatários do acordo nuclear de 2015 — que restabeleçam sanções a Teerã.
O pacto, revogado unilateralmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu primeiro mandato, previa atenuação de sanções ocidentais em troca de limites no enriquecimento de urânio iraniano.
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Gideon Sa’ar, ministro de Relações Exteriores de Israel, descreveu a suspensão de laços como “escandalosa”: “É uma renúncia completa de todas as obrigações internacionais no campo nuclear. A comunidade internacional deve agir agora para parar as ambições de Teerã”.
Israel — único Estado que detém armamentos nucleares no Oriente Médio — nega, no entanto, acesso da AIEA para monitoramento.
Em 13 de junho, o exército israelense lançou uma ofensiva não-provocada contra o Irã, sob o pretexto de que a República Islâmica estaria desenvolvendo uma bomba atômica — apesar dos indícios contrários da própria AIEA.
Teerã respondeu com mísseis e drones que romperam os onerosos sistemas de defesa israelenses, ao atingirem Tel Aviv e outras cidades e colonatos.
Em 23 de junho, Trump anunciou se juntar ao conflito, em favor de Israel, com ataques a três instalações nucleares iranianas.
No dia seguinte, no entanto, Trump anunciou um cessar-fogo, a princípio sem anuência das partes, todavia, em vigor — embora fragilmente — desde então.
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