Colonos israelenses impuseram um posto avançado a noroeste de Jericó, na Cisjordânia ocupada — o quinto assentamento ilegal na mesma área —, reportou a Organização al-Baydar em Defesa dos Direitos dos Beduínos Palestinos.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Colonos ergueram tendas e transferiram equipamentos de escavação e aplainamento à área de Muarrajat, além de começar a cercá-la.
Conforme a associação palestina, as ações constituem “um dos mais perigosos avanços recentes” no que concerne os assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia, como plano para impor supremacia judaica e expulsar comunidades nativas da região.
“Não se trata apenas de reivindicar um lote de terra”, destacou o grupo. “É um projeto político meticuloso disfarçado de postos pastoris”.
A estrada de Muarrajat configura um corredor vital entre norte e sul da Cisjordânia, ao separar Jericó das regiões centrais.
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O comunicado indicou que os assentamentos surgem como acampamentos simples, no entanto, evoluem a sítios fortificados e comunidades ilegais.
“Os colonos operam como braço não-oficial do governo israelense”, enfatizou o alerta. “Recebem armas, financiamento público e anuência de um quadro legal permissivo — comunidades beduínas, empobrecidas, são asfixiados, contudo, por restrições”.
Estima-se 770 mil colonos ilegais israelenses radicados na Cisjordânia ocupada, em 180 assentamentos e 256 postos avançados — incluindo 138 classificados como agrários ou pastoris.
Desde outubro de 2023, quando eclodiu o genocídio em Gaza, colonos e soldados, sob política aberta da ocupação, intensificaram ataques e pogroms na Cisjordânia, com ao menos 986 mortos e sete mil feridos.
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