A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, pediu na terça-feira sanções contra Israel sem mais delongas, citando suas ações em Gaza como genocídio e um dos capítulos mais sombrios da história.
Durante uma série de reuniões oficiais em Madri, incluindo com representantes de vários grupos políticos no Parlamento espanhol, Albanese afirmou que a inação global deve acabar e que as medidas contra Israel são uma questão de decência humana, não de política.
“Condenar a catástrofe na Palestina e tomar medidas contra Israel não é uma questão política, é uma questão de humanidade”, disse ela a jornalistas.
Albanese descreveu a violência e a opressão de Israel na Palestina como de longa data e pediu uma resposta internacional decisiva.
“Chegou a hora de implementar a suspensão total das relações diplomáticas, econômicas e financeiras com Israel — não apenas como um ato de solidariedade, mas também como uma medida preventiva”, afirmou.
Ela acusou Israel de violar o direito internacional impunemente, afirmando: “Israel está escrevendo um dos capítulos mais sombrios de sua história em Gaza. Assim que entendermos o que fez, teremos vergonha — mas será tarde demais.”
Albanese também criticou o “Fundo de Ajuda Humanitária para Gaza”, criado pelos Estados Unidos e Israel, argumentando que ele não atende às reais necessidades locais.
“Isso é uma rejeição à ajuda humanitária”, disse ela.
“Este é um dos experimentos mais brutais que já testemunhei. Isso não é ajuda. Os palestinos chamam isso de ‘Jogos Vorazes’. Eles estão matando pessoas que estão à beira da fome, e há uma solução clara para isso: os Estados devem romper o bloqueio. Devemos enviar ajuda humanitária por navio. Impedir o genocídio é nossa responsabilidade.”
Rejeitando os apelos internacionais por um cessar-fogo, o exército israelense realiza uma ofensiva brutal contra Gaza desde outubro de 2023, matando quase 56.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças.
Em novembro passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.
LEIA: Novo estudo confirma subnotificação em Gaza, com mais de 84 mil mortos