Hossein Abbasi, governador de Varamin, distrito situado ao sul de Teerã, afirmou nesta quarta-feira (18) que um jato israelense F-35 foi abatido na região, além de 14 drones reportados por oficiais em operações realizadas em múltiplas províncias.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Abbasi reiterou à rede iraniana IRNA que a aeronave caiu nos arredores de sua cidade. “Um jato combatente israelense F-35 foi abatido perto de Varamin”, notou o oficial, ao confirmar investigações das forças de segurança sobre o incidente.
Não há detalhes sobre o piloto.
Conforme fontes iranianas, trata-se da terceira aeronave militar israelense abatida nos céus do Irã, desde que Israel deflagrou seus ataques ao país na sexta-feira (13).
Jatos F-35 são estimados em torno de US$80 milhões cada.
Autoridades relataram ainda abatimento de 14 veículos aéreos não-tripulados — UAVs ou drones —, utilizados por agentes israelenses, de acordo com informe do porta-voz da polícia iraniana Saeed Montazerolmehdi.
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Montazerolmehdi insistiu que drones-suicidas e oficinas de produção dos aparatos de guerra foram localizados nas províncias de Teerã, Alborz e Isfahan. Três veículos com carga de drones e explosivos foram também apreendidos em Alborz e Teerã.
Além disso, a polícia do Iraque interceptou três outros veículos com carga similar perto da fronteira, ao deter os envolvidos.
Suposta base do Mossad
Os anúncios iranianos sucedem rumores da imprensa israelense de que sua agência de espionagem Mossad teria estabelecido uma “base de drones” próxima a Teerã. Desde então, forças iranianas desmontaram uma oficina de três andares.
A televisão estatal registrou a operação, ao mostrar diversos componentes de drones e aparatos explosivos na cidade de Rey, perto da capital. Autoridades buscam, contudo, outras bases e prometem localizá-las.
O Irã anunciou ainda prisões de indivíduos acusados de operar para Israel, na capital e outras cidades do país.
Escalada do conflito
A atual troca de disparos teve início após Israel lançar ataques aéreos não-provocados a zonas civis, militares e nucleares iranianas na sexta-feira. Entre os primeiros mortos, esteve o comandante da Guarda Revolucionária e nove cientistas nucleares.
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A imprensa iraniana atualizou as mortes nesta quarta, com 585 fatalidades e ao menos 1.326 feridos pelos ataques israelenses a áreas densamente povoadas.
Teerã retaliou, com disparos que romperam os sistemas antimísseis de Israel. Segundo o exército colonial — cujas informações são opacas —, as ações deixaram 24 mortos e 500 feridos.
Para além dos disparos, Irã e Israel trocam ameaças, alimentadas por um discurso cada vez mais inflamatório do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há, até o momento, horizonte de desescalada.