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Ativista pró-Palestina preso por Trump pede fiança após juiz negar transferência

17 de junho de 2025, às 09h32

Protesto pede soltura do ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil em Nova York, nos EUA, em 10 de março de 2025 [Mostafa Bassim/Agência Anadolu]

Advogados de Mahmoud Khalil, graduando da Universidade de Columbia e ativista pró-Palestina, solicitaram nesta segunda-feira (16) que um juiz federal dos Estados Unidos defira sua liberdade sob fiança ou transferência de uma cadeia de imigração no estado da Louisiana a seu estado de Nova Jersey.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Khalil, de 30 anos de idade, foi detido em sua casa na cidade de Nova York em março, porém transferido por 2.200 km a uma instalação carcerária do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) na Louisiana. 

O Departamento de Justiça sob o presidente Donald Trump deteve Khalil sob alegações de que sua presença no país representaria risco de política externa.

Na sexta-feira, o juiz Michael Farbiarz indeferiu a deportação de Khalil, mas negou sua soltura com base em uma segunda acusação de que teria omitido informações em seu pedido de green card, ou residência permanente, incluindo trabalho e filiações.

Os advogados de Khalil contestam as alegações.

“A corte deveria deferir a moção pendente do peticionário pelo seu retorno ao estado de Nova Jersey”, argumentou o advogado Naz Ahmad, ao instar uma alternativa legal a sua soltura.

A União Americana de Liberdades Civis (ACLU) também registrou um pedido pela transferência, após a negativa judicial.

Segundo a ACLU, “o pedido advém de o governo ter informado a corte, na sexta-feira, que manteria o sr. Khalil detido em uma instalação remota em Jena, Louisiana, baseado em pretextos falsos associados a seu green card”.

Khalil se tornou rosto da repressão trumpista a imigrantes que se juntaram a protestos pró-Palestina nos campi universitários do país, contra o cerco e o genocídio israelenses na Faixa de Gaza.

Khalil não tem qualquer acusação penal, mas a gestão Trump insiste que sua presença, caso não seja expatriado, prejudica objetivos de política externa bem como a suposta luta contra o “antissemitismo”.

“O governo está recorrendo a medidas de última instância, desesperadas, para tentar manter meu marido aprisionado injustamente”, comentou Noor Abdalla, advogada do ativista. “Não temos medo, não seremos intimidados. Sabemos, e o governo sabe, que é questão de tempo para que Mahmoud seja livre”.

“O povo americano está conosco”, acrescentou Abdalla. “Não importam as artimanhas do governo, traremos Mahmoud de volta para a casa”.

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