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Netanyahu rejeita cessar-fogo de cinco anos e insiste em ‘fragmentar trégua’, diz Hamas

3 de maio de 2025, às 13h03

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém ocupada, 9 de dezembro de 2024 [Maya Alleruzzo/AFP via Getty Images]

O movimento palestino Hamas, que administra Gaza, reportou nesta sexta-feira (2) ter apresentado um plano de cinco anos de cessar-fogo ao Estado da ocupação israelense, no entanto, rejeitado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Conforme Abdel Rahman Shadid, membro do Hamas, o plano incluía “uma perspectiva responsável, com base em um acordo amplo e simultâneo para a permanente cessação do conflito, retirada completa das tropas da ocupação, suspensão do cerco, entrada de assistência e reconstrução”.

A proposta também previa, notou o oficial, a soltura de todos os prisioneiros de guerra israelenses ainda em Gaza, em troca de presos políticos palestinos, além da formação de um comitê independente para administração do enclave.

“No entanto, o governo extremista de Netanyahu rejeitou a proposta apresentada pelo Hamas, ao insistir em fragmentar as questões e se negar a qualquer compromisso para encerrar a guerra, mesmo às custas de seus cidadãos”, destacou Shadid.

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O oficial ressaltou que Hamas “assegurou aos países mediadores se engajar de maneira responsável junto à matéria … com ideias e propostas que possam garantir, em último caso um cessar-fogo permanente”.

Shadid, porém, culpou os Estados Unidos e outros aliados de Tel Aviv pela continuidade dos “crimes, massacres, atos de genocídio e uso da fome como arma de guerra” contra a população civil da Faixa de Gaza.

O exército de Israel retomou seus ataques intensivos contra o território costeiro em 18 de março, deixando 2.396 mortos e 6.325 feridos desde então, ao rescindir o acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros unilateralmente.

Israel estima 59 prisioneiros de guerra em Gaza, vinte e quatro dos quais ainda vivos — após mais de 570 dias de bombardeios indiscriminados contra todo o enclave.

Em contraste, ao menos 9.500 mil palestinos permanecem encarcerados por Israel, sob violações gravíssimas incluindo tortura, fome, negligência médica e estupro, de acordo com sucessivos relatórios de ongs palestinas, israelenses e internacionais.

Em Gaza, são mais de 52.400 mortos desde outubro de 2023 — na maioria, mulheres e crianças.

Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado de Israel é ainda é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — corte-irmã do TPI; ambas em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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