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Prisioneiro de Gaza morre em custódia de Israel, com 62 desde outubro de 2023

7 de março de 2025, às 10h59

Prisioneiros palestinos são levados ao Hospital Nasser para tratamento, após serem libertados pelas forças de Israel, em Khan Yunis, em Gaza, em 20 de agosto de 2024 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

Mais um prisioneiro palestino de Gaza faleceu em custódia de Israel, segundo nota das organizações de direitos humanos Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, divulgada nesta quinta-feira (6).

Ali Ashour Ali al-Batsh, de 62 anos, do campo de Jabaliya, norte de Gaza, estava detido na penitenciária do Naqba quando faleceu em circunstâncias incertas.

Sua morte eleva a 62 o número de vítimas fatais entre prisioneiros palestinos nas celas israelenses desde outubro de 2023, incluindo 41 de Gaza.

Grupos de direitos humanos denunciam Israel por negligência médica e tortura contra os detidos, sob alertas de subnotificação nas mortes devido à falta de transparência no que diz respeito aos prisioneiros palestinos.

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Desde 1967, quando Israel ocupou ilegalmente Gaza e Cisjordânia, estima-se que 298 palestinos faleceram em custódia das forças coloniais — 62, portanto, em cerca de um ano e meio.

Milhares de palestinos permanecem em custódia de Israel, a maioria sem julgamento e sequer acusação — reféns por definição. O total de sequestrados em Gaza — em cenas reminiscentes do Holocausto, incluindo filas e caminhões de prisioneiros seminus — é incerto, por conta de desaparecimentos forçados e acesso restrito à informação.

A morte de al-Batsh se dá dias após o movimento Hamas alertar a “criminosa ocupação israelense contra a continuidade de seus crimes hediondos contra os prisioneiros em suas cadeias”.

O grupo, que administra Gaza, pediu à comunidade internacional e organizações legais e de direitos humanos que pressionem e responsabilizem Israel sobre a pauta, ao instar apoio aos prisioneiros diante dos abusos impostos a eles.

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