Palestinos libertados como parte do sétimo e último lote da primeira fase da troca de prisioneiros entre Israel e o grupo Hamas emergiram dos calabouços da ocupação com claros sinais de desnutrição grave, doenças de pele e tortura, em vídeos que circularam nas redes sociais.
Um dos prisioneiros foi rendido em coma e transferido com urgência a uma hospital na Cisjordânia ocupada.
Quatrocentos e cinquenta e seis palestinos foram transferidos a Gaza, confirmou Saleh al-Hams, diretor de enfermagem do Hospital Europeu de Khan Yunis.
“Os prisioneiros estão em estado de desnutrição severa, com alguns sem nem mesmo conseguir andar devido à tortura que enfrentaram”, declarou al-Hams. “A maioria sofre com doenças de pele e um caso de fibrose pulmonar foi admitido durante a noite”.
Al-Hamas reiterou que, entre os palestinos libertados, há 15 colegas do setor de saúde, sequestrados por forças israelenses de hospitais em Gaza ao longo do genocídio.
Segundo o Hamas, onze dos prisioneiros libertados serviam pena perpétua ou extensa, detidos antes de 7 de outubro de 2023, enquanto a maioria fora capturada pelas forças ocupantes ao longo da campanha que sucedeu.
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O Hamas notou que 97 prisioneiros — com pena perpétua ou extensa — foram levados ao Egito, expatriados.
Amani Sarahneh, do grupo de direitos humanos Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, ressaltou à agência Anadolu que as autoridades israelenses obstruíram a libertação de ao menos 46 mulheres e crianças em sua custódia.
Com a entrega de quatro corpos na quarta-feira (26), o Hamas completou sua parte da primeira fase do acordo, somando 33 prisioneiros de guerra israelenses libertados nos 42 dias de cessar-fogo, incluindo oito corpos.
Fontes israelenses estimam que 59 colonos e soldados permanecem em Gaza, entre os quais 20 ainda vivos. Sua soltura deve se dar na segunda fase do acordo, que prevê, no entanto, a plena retirada militar de Israel.
Conforme o Hamas, não obstante, Israel não se apresentou aos mediadores, até então, para negociar a próxima etapa.
A pausa de seis semanas no genocídio, desde 19 de janeiro, trouxe breve alívio a Gaza, após 470 dias de ataques indiscriminados de Israel, com ao menos 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
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