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Palestinos libertados mostram sinais de tortura e desnutrição extremas

28 de fevereiro de 2025, às 14h32

Palestino libertado das cadeias de Israel recebe cuidados no Hospital Europeu de Khan Yunis, em Gaza, em 27 de fevereiro de 2025 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Palestinos libertados como parte do sétimo e último lote da primeira fase da troca de prisioneiros entre Israel e o grupo Hamas emergiram dos calabouços da ocupação com claros sinais de desnutrição grave, doenças de pele e tortura, em vídeos que circularam nas redes sociais.

Um dos prisioneiros foi rendido em coma e transferido com urgência a uma hospital na Cisjordânia ocupada.

Quatrocentos e cinquenta e seis palestinos foram transferidos a Gaza, confirmou Saleh al-Hams, diretor de enfermagem do Hospital Europeu de Khan Yunis.

“Os prisioneiros estão em estado de desnutrição severa, com alguns sem nem mesmo conseguir andar devido à tortura que enfrentaram”, declarou al-Hams. “A maioria sofre com doenças de pele e um caso de fibrose pulmonar foi admitido durante a noite”.

Al-Hamas reiterou que, entre os palestinos libertados, há 15 colegas do setor de saúde, sequestrados por forças israelenses de hospitais em Gaza ao longo do genocídio.

Segundo o Hamas, onze dos prisioneiros libertados serviam pena perpétua ou extensa, detidos antes de 7 de outubro de 2023, enquanto a maioria fora capturada pelas forças ocupantes ao longo da campanha que sucedeu.

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O Hamas notou que 97 prisioneiros — com pena perpétua ou extensa — foram levados ao Egito, expatriados.

Amani Sarahneh, do grupo de direitos humanos Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, ressaltou à agência Anadolu que as autoridades israelenses obstruíram a libertação de ao menos 46 mulheres e crianças em sua custódia.

Com a entrega de quatro corpos na quarta-feira (26), o Hamas completou sua parte da primeira fase do acordo, somando 33 prisioneiros de guerra israelenses libertados nos 42 dias de cessar-fogo, incluindo oito corpos.

Fontes israelenses estimam que 59 colonos e soldados permanecem em Gaza, entre os quais 20 ainda vivos. Sua soltura deve se dar na segunda fase do acordo, que prevê, no entanto, a plena retirada militar de Israel.

Conforme o Hamas, não obstante, Israel não se apresentou aos mediadores, até então, para negociar a próxima etapa.

A pausa de seis semanas no genocídio, desde 19 de janeiro, trouxe breve alívio a Gaza, após 470 dias de ataques indiscriminados de Israel, com ao menos 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados.

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