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Vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, pede cessar-fogo de seis semanas

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, sugeriu neste domingo (3) um “cessar-fogo imediato” de ao menos seis semanas em Gaza, em meio a crise interna.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, sugeriu neste domingo (3) um “cessar-fogo imediato” de ao menos seis semanas em Gaza, na expressão mais direta de desconforto sobre a campanha israelense em Gaza de um membro sênior da Casa Branca.

Durante um evento em memória de ativistas por direitos civis atacados pela polícia do Alabama, em 7 de março de 1965, Harris declarou: “A imensa escala de sofrimento em Gaza demanda um cessar-fogo imediato, no mínimo, pelas próximas seis semanas, o que está agora sobre a mesa”.

Segundo a vice democrata e ex-candidata à presidência, isso ajudaria a “tirar os reféns [de Gaza] e permitir a entrada de um volume considerável de ajuda humanitária”.

Harris instou Israel a abrir as travessias de fronteira e evitar “restrições desnecessárias” à medida que o “povo de Gaza está morrendo de fome”.

“As condições são desumanas e nossa humanidade comum nos compele a agir”, reiterou Harris. “O governo israelense precisa fazer mais para aumentar consideravelmente o fluxo assistencial. Sem desculpas”.

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Harris também comentou o assassinato de cem palestinos que tentavam obter alimentos de um comboio humanitário na quinta-feira (29), ao dizer que “muitas vidas inocentes foram perdidas” e que “nossos corações estão partidos pelas vítimas dessa horrível tragédia”.

A vice-presidente pediu ainda ao Hamas que aceite os termos do cessar-fogo, embora a recusa esteja, no presente momento, do lado de Israel, ausente das negociações no Cairo.

“Vamos obter um cessar-fogo”, concluiu Harris. “Vamos reunir os reféns a suas famílias. E vamos fornecer socorro imediato ao povo de Gaza”.

Os comentários de Harris são o mais próximo de uma condenação sobre as violações de direitos humanos e crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza por parte do alto escalão na Casa Branca.

Todavia, foram proferidos em um contexto de crise eleitoral, à medida que presidente Joe Biden bate recordes de rejeição, diante de um público de ativistas por direitos civis, que se afastaram do voto democrata devido ao apoio americano ao genocídio em Gaza.

Biden deve voltar a enfrentar seu antecessor republicano Donald Trump. Eleitores progressistas — cruciais à vitória de Biden em 2020 — prometem abstenção. Protestos por Gaza se tornaram comuns nos eventos da campanha democrata.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados — em grande maioria, mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

ASSISTA: Aaron Bushnell: A história interna

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