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Crise em Israel se agrava com demissão em massa na Força Aérea

Protesto contra a reforma judicial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, perto do mercado de ações de Tel Aviv, em 18 de julho de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Protesto contra a reforma judicial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, perto do mercado de ações de Tel Aviv, em 18 de julho de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Cento e sessenta e um pilotos reservistas da Força Aérea de Israel se demitiram em protesto à reforma judicial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que deve remover poderes do judiciário em favor do executivo.

Em nota, os oficiais insistiram estar “na vanguarda do pensamento, planejamento e controle das operações de combate da Força Aérea há décadas, tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz”.

Após o anúncio, o major-general Tomer Bar, comandante-chefe da Aeronáutica, alegou estar buscando mais detalhes sobre a carta e suas repercussões.

“Contudo, a responsabilidade atribuída a nós não mudou e mantemos o diálogo com oficiais regulares e da reserva”, prometeu Bar. “Peço aos reservistas que continuem a se apresentar ao serviço”.

Durante evento das Forças Armadas, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, instou os oficiais da reserva a voltar atrás, ao afirmar que o Estado da ocupação precisa deles.

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“Podemos discordar, podemos discutir, podemos protestar, mas o que não podemos fazer é causar danos, em nome de uma opinião ou outra, às Forças de Defesa de Israel [sic]”, alegou Gallant. “Precisamos de todos os soldados e todos os comandantes”.

Segundo informações, há preparativos para uma longa noite de protestos no próximo fim de semana. Ao menos 37 colonos foram presos durante as manifestações contra a reforma até então, dentre os quais, seis pessoas que tentaram bloquear a passagem de trens na estação ferroviária de Tel Aviv.

Protestos no local tiveram início nesta terça-feira (18). As autoridades, contudo, reportaram que o serviço de trens foi paralisado devido ao mau funcionamento de um sistema digital. A polícia israelense impediu o acesso dos manifestantes à estação, sob o pretexto de “perigo à vida”.

Segundo o jornal israelense Haaretz, médicos começaram uma greve nesta quarta-feira (19). Uriel Boso, chefe do Comitê de Saúde do Knesset (parlamento israelense), ameaçou deferir penalidades aos grevistas, conforme a televisão local.

O ministro da Justiça, Yariv Levin, neste entremeio, fez uma convocatória a um protesto “de um milhão de homens” no prdomingo (23), em favor da reforma judicial.

“Nossa voz não é menos valiosa”, reiterou Levin em vídeo endereçado a colonos extremistas – base de apoio do atual governo. “Precisamos realizar uma grande mudança no sistema de justiça. Peço que venham todos e se façam ouvir”.

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