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Ilan Pappe é interrogado pelo FBI ao chegar nos Estados Unidos

Ilan Pappe na conferência MEMO e EuroPal Fórum sobre A questão da Palestina na Europa em 23 de novembro de 2019 [Monitor do Oriente Médio]

O destacado historiador israelense Ilan Pappe, conhecido por suas opiniões fortemente antissionistas, revelou que foi submetido a um interrogatório de duas horas pelo FBI ao chegar ao Aeroporto de Detroit na segunda-feira. Durante a experiência, os agentes de segurança dos EUA copiaram tudo de seu telefone. O professor de 70 anos, que há muito tempo critica Israel em seus discursos e livros, usou a mídia social para compartilhar sua experiência.

Em sua declaração, Pappe descreveu o interrogatório como “de outro mundo”, com os dois agentes do FBI perguntando sobre seu suposto apoio ao Hamas e se ele considerava as ações de Israel em Gaza como genocidas. “Eles me perguntaram o que eu acredito ser a solução para o ‘conflito’ (sério, foi isso que eles perguntaram!)”, escreveu Pappe, expressando sua descrença na natureza das perguntas.

O professor disse que foi interrogado sobre suas conexões pessoais, com os agentes perguntando sobre seus amigos árabes e muçulmanos nos Estados Unidos, a duração de seus relacionamentos e a natureza de suas interações. Pappe respondeu direcionando os agentes para suas obras publicadas em alguns casos, enquanto forneceu respostas breves de “sim” ou “não” em outros, alegando exaustão após um voo de oito horas.

Ele também mencionou que os agentes do FBI tiveram uma longa conversa telefônica com uma pessoa não identificada, que ele especulou que poderia ser uma autoridade israelense. Após a conversa, os agentes copiaram o conteúdo de seu telefone antes de permitir que ele entrasse no país.

ASSISTA: Mais de cinco meses após a agressão israelense à Faixa de Gaza, o historiador e pesquisador israelense Ilan Pappé expressa sua avaliação da situação atual 

Apesar da natureza preocupante do interrogatório, Pappe acredita que essas ações dos EUA e dos países europeus, tomadas sob pressão de lobbies pró-Israel ou do próprio Israel, são indicativas de “puro pânico e desespero” da parte deles. Ele acredita que essas reações são uma resposta à reputação cada vez mais manchada de Israel, que, segundo ele, logo levará o país a se tornar um “estado pária”.

A experiência do professor Pappe ocorre após incidentes recentes em que acadêmicos palestinos, incluindo o reitor da Universidade de Glasgow, Ghassan Abu Sitta, tiveram sua entrada na França e na Alemanha negada. Esses eventos levantaram preocupações sobre o tratamento de indivíduos que criticam as políticas de Israel e a influência de lobbies pró-Israel em governos estrangeiros.

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