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Príncipe William visita Emirados, Londres quer maior aproximação

Príncipe William (à esquerda) participa de cerimônia remanescente do Império Britânico durante visita ao pavilhão de seu país na Feira Mundial de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, 10 de fevereiro de 2022 [KARIM SAHIB/AFP via Getty Images]

O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono da Casa de Windsor, chegou nesta quinta-feira (10) aos Emirados Árabes Unidos, segundo informações da agência Reuters.

Sua visita coincide com ataques sem precedentes de mísseis e drones houthis — lançados do Iêmen, em maioria frustrados — contra o antigo protetorado britânico.

Trata-se da primeira visita oficial do Duque de Cambridge ao país, cinquenta anos após seis de seus territórios constituírem uma federação independente. O sétimo emirado, Ras al-Khaimah, juntou-se mais tarde, em 1972.

A viagem do príncipe, encomendada pela Secretaria de Relações Exteriores, deseja aprofundar relações comerciais com os abastados regimes do Golfo, como parte da estratégia posterior ao Brexit — isto é, a saída britânica da União Europeia.

No Twitter, o nobre britânico alegou “celebrar a sustentabilidade, a colaboração e a inovação”. Com sua presença na capital emiradense, foi lançada a Iniciativa dos Mangues de Abu Dhabi, para transformar a cidade em um centro de pesquisa sobre a flora costeira.

William também visitou o gigantesco porto de Jebel Ali, onde reafirmou seu compromisso com a campanha United for Wildlife (Unidos pela Vida Selvagem) contra o contrabando de animais.

O Duque de Cambridge então encaminhou-se à Feira Mundial de 2020 — adiada em um ano devido à pandemia de covid-19, realizada entre outubro do último ano e março próximo. Em visita ao pavilhão britânico, o príncipe promoveu seu prêmio ambiental Earthshot.

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Londres prontamente condenou o ataque aéreo de 17 de janeiro, que matou três civis em Abu Dhabi, reivindicado pelo grupo iemenita houthi, ligado a Teerã. O movimento rebelde enfrenta uma coalizão liderada pela Arábia Saudita em seu país, com participação emiradense.

Os Emirados reportaram ter interceptado dois outros ataques aéreos conduzidos pelos houthis e um quarto atentado executado por um grupo desconhecido.

No último ano, a confederação do Golfo, rica em petróleo, investiu 10 bilhões de libras (US$13.6 bilhões) no Reino Unido, ao pleitear um acordo de livre comércio com a antiga metrópole.

O país europeu busca expandir seu engajamento global após o Brexit. Todavia, parlamentares e ativistas denunciam o premiê conservador Boris Johnson por favorecer negócios em detrimento da pauta de direitos humanos.

Em 2021, a Suprema Corte em Londres estabeleceu que o governante de Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, de fato ordenou a invasão dos celulares de sua ex-esposa, a princesa Haya da Jordânia, assim como de seus advogados, incluindo um cidadão britânico.

Previamente, outro juiz determinou que Mohammed al-Maktoum conduziu uma campanha de ameaças e intimidação contra Haya bint-Hussein, exilada no Reino Unido, após sequestrar duas de suas filhas de outro casamento.

Embora a monarquia britânica tenha poucos poderes práticos e seja supostamente apartidária, suas intervenções concedem um verniz de “soft power” nas relações diplomáticas.

O príncipe Charles, pai de William e primeiro sucessor ao trono, visitou o Golfo diversas vezes e desenvolveu relações próximas com os monarcas da região.

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