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Colono israelense de extrema-direita guia militares dos EUA em Hebron

General Yehuda Fuchs (centro) durante cerimônia no Túmulo do Soldado Desconhecido, junto do chefe máximo do exército israelense, Aviv Kochavi, em Arlington, Virgínia, 21 de junho de 2021 [Anna Moneymaker/Getty Images]

Na última semana, oficiais do exército dos Estados Unidos visitaram a cidade palestina de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada. Seu guia, no entanto, foi Noam Arnon, notório ativista de extrema-direita e porta-voz dos assentamentos ilegais.

O major-general Yehuda Fuchs, chefe do Comando Central das Forças de Defesa de Israel, solicitou pessoalmente a escolha de Arnon como guia da delegação americana.

A visita ocorreu apesar de os colonos de Hebron e seus arredores serem reconhecidos como alguns dos mais fanáticos e violentos nos territórios palestinos ocupados.

Fuchs contactou o militante colonial para requerer que guiasse as tropas americanas durante o dia, cujo itinerário compreendeu uma visita à Mesquita Abraâmica — também conhecida como Túmulo dos Patriarcas —, além de instalações dos assentamentos ao redor de Hebron.

Os palestinos representam a enorme maioria da população local, mas a ocupação israelense decidiu excluí-los da visita americana, a despeito de denúncias contundentes de apartheid e segregação racial perpetuado contra a comunidade nativa.

Cerca de 850 colonos ilegais pesadamente armados vivem em Hebron, sob escolta efetiva dos soldados da ocupação. Em contrapartida, são mais de 200 mil palestinos.

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Em fevereiro de 1994, o colono americano Baruch Goldstein abriu fogo contra fiéis na Mesquita Abraâmica, resultando em 29 palestinos mortos e muitos outros feridos. Goldstein continuou seus disparos até ser rendido pelos sobreviventes e então morto a pancadas.

O ataque terrorista, todavia, concedeu a Goldstein status de mártir dentre os colonos ilegais. Seu túmulo no assentamento de Kiryat Arba, nos arredores de Hebron, tornou-se local de peregrinação para judeus extremistas. Um santuário foi construído em sua memória.

A coordenação entre Tel Aviv e colonos extremistas reflete uma potencial escalada alimentada por uma visita do presidente israelense Isaac Herzog à Mesquita Abraâmica, em novembro.

O Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina (AP) Mohammad Shtayyeh condenou a excursão de Herzog ao acusá-lo de tentar “distorcer a verdade sobre a cidade árabe e islâmica, a fim de judaizá-la e assumir controle enquanto submete a população nativa a decisões racistas”.

A Liga Árabe, a Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) e diversos países árabes e islâmicos, como Jordânia e Arábia Saudita, denunciaram a visita como provocação.

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