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Tunísia conduz preparativos para ‘sair da fase de medidas excepcionais’

Manifestantes tunisianos protestam em frente ao parlamento, contra a tomada de poderes executivos pelo presidente Kais Saied, em Túnis, 14 de novembro de 2021 [FETHI BELAID/AFP via Getty Images]

O Presidente da Tunísia Kais Saied afirmou neste fim de semana que preparativos estão em curso para encerrar suas “medidas excepcionais” adotadas em julho, que congelaram o parlamento, destituíram o então governo e anularam a imunidade de ministros.

Ao contactar o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, no último sábado (20), o presidente tunisiano informou o chanceler sobre os últimos acontecimentos no país norte-africano e reafirmou promessas de uma reforma política.

Washington concederá apoio à Tunísia uma vez anunciado o cronograma de reformas.

“Saied destacou, durante o telefonema, a necessidade de nossos parceiros de compreenderem que as condições socioeconômicas são o principal problema enfrentado pela Tunísia”, declarou seu gabinete em comunicado oficial.

De sua parte, o Departamento de Estado dos Estados Unidos observou que Blinken encorajou as reformas, como resposta adequada aos anseios tunisianos por democracia.

“[Blinken] incentivou um processo transparente e inclusivo de reformas, para enfrentar os desafios substanciais da Tunísia, em termos políticos, econômicos e sociais, e para responder às aspirações do povo tunisiano por um contínuo progresso democrático”.

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Em setembro, Saied nomeou Najla Bouden como primeira-ministra, após emitir uma série de decretos para fortalecer os poderes constitucionais de sua presidência.

A maioria dos partidos políticos do país condenou seus avanços como golpe contra a constituição e as conquistas da revolução popular de 2011.

Críticos observam que as ações de Saied fortaleceram seus poderes às custas do parlamento e ministérios, a fim de converter o país a um sistema presidencial pleno.

Em mais de uma ocasião, Saied — eleito a um mandato de cinco anos em 2019 — insistiu que suas decisões não representam um golpe, supostamente conduzidas dentro do quadro constitucional, para proteger o estado de um “iminente perigo”.

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