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Economia da AP está perto do colapso, adverte oficial da ONU

Oficiais da Autoridade Palestina (AP) chegam a uma travessia da Faixa de Gaza [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

A Autoridade Palestina (AP) sofre de uma crise financeira que se aproxima do colapso, reiterou nesta terça-feira (19) Tor Wennesland, coordenador especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, em reunião do Conselho de Segurança.

“O apoio de doadores, incluindo apoio orçamentário direto, mantém-se em queda ano após ano. Previsões indicam déficit de US$800 milhões em 2021”, comentou Wennesland. “O crédito da AP junto aos bancos também se exauriu”.

O oficial da ONU também informou ao Conselho de Segurança sobre a crise financeira da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

“Embora seja indispensável para a estabilidade regional, é preciso recursos para preservar seu mandato”, enfatizou Wenneslad; ao contrário, seu orçamento é cada vez menor.

A UNRWA depende quase inteiramente de doações de estados-membros das Nações Unidas.

Em 2018, o então governo dos Estados Unidos de Donald Trump cortou seus recursos enviados à UNRWA e à Autoridade Palestina. Joe Biden restaurou a ajuda a US$200 milhões, após assumir a presidência americana, em janeiro deste ano.

O orçamento da AP também é afetado pela dedução de impostos coletados por Israel em nome de Ramallah, sob pretexto de que são utilizados para indenizar familiares de mártires e prisioneiros palestinos — acusados de “terrorismo” pela ocupação.

LEIA: Palestina enfrenta graves problemas financeiros, alerta Banco Mundial

Wennesland demonstrou ainda preocupação sobre os planos israelenses para construir milhares de unidades coloniais em terras palestinas, a fim de conectar o bloco de assentamentos ilegais de Ma’ale Adumim com Jerusalém ocupada.

“O projeto cortará contato entre as regiões norte e sul da Cisjordânia, prejudicando substancialmente as chances de estabelecer um estado palestino contínuo e viável, como parte da solução negociada de dois estados”, denunciou o oficial da ONU.

Wennesland também recordou o Conselho de Segurança de que todos os assentamentos nos territórios ocupados são considerados ilegais pela lei e resoluções internacionais, ao descrevê-los como “obstáculo significativo à paz”.

Não obstante, cerca de 650 mil colonos israelenses vivem atualmente em 164 assentamentos e 124 postos avançados espalhados por toda a Cisjordânia e Jerusalém.

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