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Jovem israelense é ameaçado como ‘amante dos árabes’ na prisão

Eran, israelense de 19 anos, preso por recusar-se a servir o exército da ocupação na Palestina [Refuser Network]

Eran, israelense de 19 anos nascido em Tel Aviv, que recusou-se a servir o exército da ocupação, denunciou ser agredido na prisão como “amante dos árabes” e ameaçado com violência física por sua posição a favor de direitos iguais para os palestinos.

Eran passou um total de 64 dias na cadeia sob múltiplas sentenças, por rejeitar quatro vezes sua convocatória ao serviço militar obrigatório.

Em nota divulgada via Refuser Network, Eran relatou ameaças de violência feitas por um prisioneiro de longa data, logo após chegar à prisão militar, ao ser descrito pejorativamente como “menino esquerdista” ou “amante dos árabes” por outros detentos.

“Quando cheguei na cadeia para minha terceira sentença, os prisioneiros veteranos já me conheciam”, relatou Eran. “Eles me conheciam como ‘menino esquerdista’, ‘amante dos árabes’, aquele rapaz que não conseguiam exatamente compreender”.

“Toda vez que chegam novos prisioneiros, eles logo me apresentam, para ver como vão reagir”, acrescentou o jovem israelense.

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Segundo Eran, muitos presos tentam contestá-lo sob argumentos como: “Se os árabes largarem as armas, haverá paz; mas se baixarmos as armas, vão nos matar”, “Se dermos um milímetro, pegarão uma milha” ou “Se matarem sua mãe, você vai apoiá-los?”

Eran destaca a necessidade de contrapor a narrativa ideológica imposta aos jovens israelenses, que os arrasta a um ciclo de violência e discriminação.

Prosseguiu: “É preciso que cada israelense conheça a realidade do que é viver como palestino sob ocupação militar na Cisjordânia. É urgente que Israel dê fim à sua ocupação sobre as terras palestinas e às violações dos direitos humanos mais fundamentais”.

“Continuarei a compartilhar minha história e minha ponderação política com tantos jovens israelenses quanto possível, para ter certeza que saibam que há uma escolha”, concluiu Eran.

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