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Londres pode engajar-se com Talibã sem reconhecer governo, afirma chanceler

Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab deixa a sede do governo após reunião semanal do gabinete, em Londres, Inglaterra, 27 de abril de 2021 [Dan Kitwood/Getty Images]

O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab afirmou, durante visita ao Catar na qual reuniu-se com o chanceler local, que há necessidade de engajar-se com o movimento Talibã, mas que não há planos para reconhecer seu governo.

As informações são da agência Reuters.

Segundo Raab, foram debatidas medidas para impedir que o Afeganistão se torne refúgio a entes terroristas e foco de instabilidade regional ou crise humanitária e para pressionar o Talibã a cumprir suas promessas de um regime mais inclusivo.

O ministro deve ainda discutir a pauta com o emir catariano Tamim bin Hamad al-Thani.

“Os prospectos de alcançar plena operabilidade do aeroporto de Cabul e de garantir salvo-conduto a cidadãos estrangeiros e afegãos via fronteiras por terra estão no topo da agenda”, declarou a chancelaria britânica em comunicado.

A visita teve início apenas um dia após Raab comparecer a uma sessão de emergência do comitê de política externa do parlamento em Londres, para tratar do Afeganistão.

Raab reiterou que as análises de inteligência de seu país não presumiam a queda de Cabul para 2021, ao defender a decisão britânica de retirar-se do Afeganistão, enquanto o Talibã varria o território com uma velocidade inesperada.

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O Reino Unido — como os Estados Unidos — falhou em antever a deposição do governo afegão e, portanto, não estava preparado para o caos subsequente no aeroporto, à medida que milhares foram evacuados, após a captura da capital em 15 de agosto.

“O pressuposto central era que, dada a retirada até o fim de agosto, veríamos uma deterioração constante a partir de então e que era improvável a queda de Cabul ainda este ano”, argumentou o secretário britânico aos parlamentares.

“Isso não significa que não tínhamos um plano de contingência ou que não tivéssemos testado outras proposições”, alegou Raab. “Para ficar claro — era uma visão vastamente partilhada entre os aliados da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”.

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