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Israel impede pacientes com câncer de deixar Gaza para receber tratamento

Tahani al-Rifi, paciente com câncer na tireóide, de 34 anos, deixa o Banco de Sangue da Cidade de Gaza, em 1° de fevereiro de 2021 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]
Tahani al-Rifi, paciente com câncer na tireóide, de 34 anos, deixa o Banco de Sangue da Cidade de Gaza, em 1° de fevereiro de 2021 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]

Desde o início da última ofensiva militar contra Gaza, Israel impede pacientes com câncer de deixar o território sitiado para receber tratamento urgente. As fronteiras continuam fechadas desde 10 de maio, sobretudo a travessia de Eretz, utilizada por pedestres.

O jornal americano The Washington Post reportou que médicos, famílias e ativistas de direitos humanos insistem às autoridades israelenses para que reabram as fronteiras ao menos sob prerrogativa de saúde, sob alertas de agravamento e óbito de pacientes vulneráveis.

Na última semana, Israel prometeu que pacientes de Gaza com permissão de saída poderiam atravessar Eretz, além de comprometer-se em deixar entrar equipes humanitárias, suprimentos médicos, alimentos e combustível ao território costeiro.

Entretanto, grupos de direitos humanos palestinos, israelenses e internacionais registraram queixas da obstrução mantida aos pacientes palestinos.

Hussein Najjar, pescador do sul de Gaza, relatou ao The Washington Post que sua mãe de 61 anos adoeceu após perder sua última sessão de quimioterapia, no Hospital Augusta Victoria, em Jerusalém Oriental, para tratar de um câncer pulmonar e colorretal.

“Mesmo se agendarmos uma consulta hoje, não sabemos quando quando ela poderá ir”, declarou Najjar. “Ela busca um jeito de sobreviver, mas não consegue achar”.

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A situação da família se agravou após o barco de Najjar ser destruído junto de outros por um míssil israelense disparado contra o porto local. Sobrevivem apenas com uma doação de US$50 por mês da organização Oxfam International.

O sistema de saúde de Gaza, bastante deteriorado pelos catorze anos de bloqueio militar israelense, não tem capacidade para tratar a maioria dos pacientes graves. Por exemplo, falta radiação para cuidar de pacientes oncológicos, além de suprimentos básicos.

Os palestinos então têm de buscar serviços de saúde fora do território sitiado.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), além dos grupos israelenses de direitos humanos Maslak, Adalah e Centro para Defesa de Indivíduos (HaMoked), enfatizaram ter apresentado o problema a Tel Aviv, a fim de reabrir a travessia de Eretz.

Contudo, até segunda-feira, não obtiveram resposta.

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