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Dia da Terra tem Live especial do MEMO com mulheres palestinas

A data é uma lembrança de todo o sacrifício que o povo palestino já passou e segue passando, diz Hyatt Omar

O Dia da Terra, comemorado anualmente em 30 de março, é um marco para a resistência palestina. A data relembra os eventos desse dia de 1976, quando os palestinos declararam greve geral e começaram uma onda de protestos contra a expropriação de terras por Israel. Desde então, todos os anos, palestinos organizam ações na data para reforçar a sua identidade nacional e o vínculo com a sua terra.

Neste 30 de março (terça-feira), o Monitor do Oriente Médio organizou uma live especial em homenagem ao Dia da Terra Palestino. A integrante da Juventude Palestina, Hyatt Omar, falou sobre a data e a importância da resistência palestina. Hyatt é descendente de palestinos, nascida no Brasil e vive no Canadá, onde estuda psicologia.

“Para mim o Dia da Terra Palestina não é apenas um protesto, não é apenas uma greve, é um dia em que devemos abordar o contexto geral de tudo o que tem acontecido e do que ainda está acontecendo; são inúmeras quebras de leis internacionais e um povo que está sendo retirado de suas casas.”, disse Hyatt.

Ela fala que a data é importante para conscientizar as pessoas sobre a causa e é um dever de palestinos e seus descendentes na diáspora “explicar algo que, muitas vezes, infelizmente, a mídia tradicional não mostra”. Ela explica que é mais difícil para pessoas dentro da Palestina fazerem o mesmo.

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“Israel promove muito a prisão política, em que podem prender uma pessoa sem necessariamente ter provas ou um motivo específico. São situações mais complicadas e eu acredito que isso acaba censurando muito as pessoas que moram na Palestina, porque a partir do momento que elas levantam uma bandeira ou se posicionam mais abertamente para mostrar para o mundo o que realmente está acontecendo, elas podem ser levadas para interrogatórios, por exemplo.”

Ela conta que muitas pessoas lhe perguntam o objetivo de continuar expondo o que acontece na  Palestina, segundo ela, “é simplesmente, além de ter o que é nosso por direito, ter implementações de leis internacionais que foram garantidas há anos, mas que até hoje não foram realizadas”. Hyatt diz que a continuidade de assentamentos, do muro do Apartheid e outras ações da ocupação que já foram consideradas ilegais pelo direito internacional, “impossibilitam muito a futura existência de um Estado palestino soberano independente. E é por isso que uma celebração, uma data como esta, acaba sendo tão importante e especial, porque é uma lembrança de todo o sacrifício que o povo palestino já passou e segue passando.”

Para finalizar, e relembrar o direito ao retorno de todos os refugiados palestinos, a cantora Oula Al-Saghir deu um exemplo de resistência por meio da arte, cantando uma antiga música palestina sobre o retorno e cultivo à terra. Oula apresentou a canção Amendoeira Verde, que está gravando com a Orquestra Mundana Refugi, e em tradução livre do árabe para o português, diz em seus versos:

“Por Deus, vou te plantar, ô galho verde de amendoeira

E vou irrigar essa terra com meu sangue para que a árvore cresça e floresça

Ô amêndoas verdes chamem: `Palestina verde é minha pátria´

Estendam essas mãos para que a minha pátria se liberte”

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