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Gigante petrolífera saudita Aramco prioriza mercado chinês pelos próximos 50 anos

Amin Nasser, diretor executivo da corporação petrolífera saudita Aramco, durante sessão do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, 23 de janeiro de 2020 [Jason Alden/Bloomberg via Getty Images]
Amin Nasser, diretor executivo da corporação petrolífera saudita Aramco, durante sessão do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, 23 de janeiro de 2020 [Jason Alden/Bloomberg via Getty Images]

A corporação petrolífera Aramco garantirá que a segurança energética da China seja sua maior prioridade pelos próximos 50 anos e além, à medida que as fontes de energia existentes continuem a desenvolver-se em paralelo, prometeu Amin Nasser, diretor executivo da empresa saudita ao Fórum de Desenvolvimento da China, neste domingo (21).

As informações são da agência Reuters.

A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, manteve seu posto como principal fornecedor à China nos primeiros dois meses deste ano, com aumento de 2.1% nas vendas, equivalente a 1.86 milhões de barris por dia (bpd), segundo dados aduaneiros de Pequim.

A monarquia bateu a Rússia para conservar sua posição como principal fornecedor de petróleo cru em 2020, apesar de cortes de produção sem precedentes, conforme pacto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados, além da pandemia de covid-19.

“Assegurar a segurança contínua das necessidades energéticas da China permanece nossa prioridade máxima – não apenas pelos próximos cinco anos, mas pelos próximos 50 anos e além”, declarou Nasser em discurso transmitido por vídeo. Reiterou:

Sabemos que as soluções de energia sustentável são cruciais para acelerar e facilitar a transição energética global … Porém, sendo realistas, tomará algum tempo, pois há ainda poucas alternativas ao petróleo em diversos setores.

No domingo, Nasser reportou que a demanda chinesa já está bastante próxima dos níveis pré-pandemia e que o mercado asiático – Extremo Oriente, em particular – parece promissor para retomar a escala de negócios.

LEIA: Gigante petrolífera saudita aposta em redução após queda dos lucros em 2020

Apesar de ser o principal exportador à China, Nasser reiterou que a Aramco também é capaz de ajudar o governo chinês a cumprir seu objetivo histórico de transição energética.

O Presidente da China Xi Jinping anunciou em setembro que seu país levará suas emissões de carbono a um novo pico até 2030, mas conquistará a neutralidade de carbono até 2060, promessa que pode alterar radicalmente as condições de seus setores energético e industrial.

A gigante petrolífera do estado saudita guarda esperanças de ainda maior investimento em projetos futuros, a fim de ajudar a China a cumprir suas demandas de desenvolvimento, sobretudo maquinário pesado e setor químico, além de materiais não-metálicos.

Nasser destacou que a Aramco trabalha com universidades e empresas chinesas para desenvolver motores mais limpos e tecnologias que possam converter petróleo cru em insumos químicos, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa das fontes existentes.

“De fato, temos ainda maiores ambições para expandir e intensificar nossa colaboração de pesquisa com a China”, prosseguiu Nasser, ao acrescentar que a nova cooperação deve priorizar o chamado hidrogênio azul, amônia e tecnologias de captura de carbono, entre outras.

Especialistas do instituto de pesquisa da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) prevêem que a demanda de petróleo no país asiático atingirá 730 milhões de toneladas em torno de 2025, sob o programa ambiental anunciado pelo presidente chinês.

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