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Oficiais americanos que frustraram ataque do Daesh comparecem à corte na França

Os atores Jeanne Goursaud, Jenna Fischer, Alek Skarlatos, Spencer Stone e Anthony Sadler e o diretor Clint Eastwood chegam ao lançamento do filme ‘The 15:17 to Paris’, no Cinema Steven J. ross, em Burbank, Califórnia, 5 de fevereiro de 2018 [Albert L. Ortega/Getty Images]
Os atores Jeanne Goursaud, Jenna Fischer, Alek Skarlatos, Spencer Stone e Anthony Sadler e o diretor Clint Eastwood chegam ao lançamento do filme ‘The 15:17 to Paris’, no Cinema Steven J. ross, em Burbank, Califórnia, 5 de fevereiro de 2018 [Albert L. Ortega/Getty Images]

Dois oficiais militares e seu amigo, que frustraram um atentado terrorista do Daesh (Estado Islâmico), compareceram a uma corte em Paris como testemunhas do caso.

O guarda nacional Alek Skarlatos, o oficial da aeronáutica Spencer Stone e o estudante Anthony Sadler deverão apresentar evidências contra Ayoub El Khazzani, acusado de planejar um ataque a tiros contra centenas de passageiros de trem, em 21 de agosto de 2015.

O julgamento, previsto para durar um mês, teve início nesta segunda-feira (16). Os réus são El Khazzani, marroquino de 31 anos, e três supostos cúmplices. Caso condenado por tentativa de homicídio e atentado terrorista, El Khazzani deverá enfrentar pena perpétua.

A tentativa de ataque, segundo indícios, foi planejada na Síria e comandada por Abdelhamid Abaaoud, que conspirou para executar uma série de ofensivas em Paris, em 2015, incluindo o notório atentado contra a sala de espetáculos Bataclan.

El Khazzani, incitado pelo Daesh, embarcou na cidade de Bruxelas, capital da Bélgica, em um trem de alta velocidade da rede Thalys, com destino a Paris, carregando consigo um rifle Kalashnikov e nove carregadores com 30 balas cada.

Portava ainda uma pistola automática, uma ferramenta de corte e uma garrafa contendo líquido altamente inflamável, segundo a declaração do juiz responsável, na abertura do caso.

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Segundo o jornal belga Metro, El Khazzani estava sem camisa e provavelmente sob efeito de drogas, quando três turistas americanos impediram o ataque, ao derrubá-lo e imobilizá-lo.

Skarlatos, Stone e Sadler, todos da Califórnia, relataram agir por “puro instinto”. Conforme relatos, o oficial da aeronáutica, com ajuda do empresário britânico Chris Norman, asfixiou El Khazzani até o agressor perder a consciência.

O oficial da aeronáutica ainda administrou primeiros-socorros e salvou a vida do cidadão franco-americano Mark Magoolian, baleado durante tentativa prévia de neutralizar El Khazzani.

O trem foi redirecionado a Arras, norte da França, onde o criminoso foi preso pela polícia local.

Os três americanos foram celebrados como heróis, por salvar os 150 passageiros do comboio atacado por El Khazzani e impedir uma “chacina” contra civis. Diante da corte, o promotor Thibault de Montbrial descreveu as ações dos turistas como “intervenção de grande coragem”.

“Este ataque terrorista poderia ter matado até 300 pessoas, com base na quantidade de munição encontrada com o terrorista e dentro de sua mochila”, reiterou Montbrial.

Os três americanos e o britânico Chris Norman foram condecorados com a cidadania francesa e como membros da Legião de Honra da França, maior honraria do país.

O episódio inspirou o filme “The 15:17 to Paris” (“15h17: Trem para Paris”), dirigido por Clint Eastwood, com produção do estúdio Warner Bros. Pictures. O filme é estrelado pelos três americanos que interpretam a si mesmos.

Eastwood estava na lista de testemunhas do caso. A corte, entretanto, determinou nesta segunda-feira que o diretor americano não é testemunha direta do crime e, portanto, não precisa apresentar-se no tribunal.

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