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Estados Unidos consideram designar ongs proeminentes como ‘antissemitas’

O governo dos Estados Unidos considera designar algumas das principais ongs internacionais, incluindo Anistia Internacional, Human Rights Watch e Oxfam, como “antissemitas”

O governo dos Estados Unidos considera designar algumas das principais ongs internacionais, incluindo Anistia Internacional, Human Rights Watch e Oxfam, como “antissemitas”, conforme processo político em curso para proteger Israel de qualquer eventual crítica.

Um anúncio do Departamento de Estado dos Estados Unidos é esperado para os próximos dias, segundo a rede Politico.

O responsável por pressionar tais medidas é o Secretário de Estado Mike Pompeo. O político de 56 anos, segundo relatos, vislumbra uma futura candidatura à presidência e promoveu uma série de esforços para cair nas graças de grupos sionistas e do eleitorado evangélico, parte fundamental da base do atual Presidente Donald Trump.

A proposta foi veementemente condenada por organizações de direitos humanos e oficiais de carreira do governo americano.

A Anistia Internacional nos Estados Unidos criticou a possibilidade, nesta quinta-feira (22), ao denunciá-la como pautado por “acusações infundadas que representam mais outra tentativa de silenciar e intimidar organizações internacionais de direitos humanos”.

A Anistia reiterou profunda preocupação. “Vincular antissemitismo à crítica legítima às políticas de Israel prejudica não somente a busca pelo fim de crimes hediondos, conforme determinados a lei internacional, mas também os esforços para lidar e vencer o próprio antissemitismo, de modo que possa encorajar outros países a repetir tais alegações.”

Oficiais do Departamento de Estado americano, segundo relatos, alertaram que os esforços para rotular grupos proeminentes de direitos humanos como “antissemitas” seria um presente a governo autoritários que buscam, há tempos, deslegitimar tais entidades por seu trabalho de denúncia contra atrocidades em massa e crimes de lesa-humanidade.

LEIA: Israel nega vistos a trabalhadores de direitos humanos da ONU

“É absurdo”, afirmou o congressista democrata Tom Malinowski, de Nova Jersey, ex-diretor do Human Rights Watch na capital americana, ao jornal The Washington Post.

Prosseguiu: “[Os grupos] também documentam o tratamento dado aos palestinos pela Autoridade Palestina. São críticos de todos os governos no mundo, incluindo os Estados Unidos. Além disso, o Departamento de Estado, sob cada gestão anterior, sempre recorreu a tais organizações como fontes confiáveis de informação, ao tratá-las como parceiros”.

A Oxfam também repudiou a eventual acusação. “Qualquer insinuação de que a Oxfam apoia o antissemitismo é falsa, infundada e ofensiva”, declarou Noah Gottschalk, representante da Oxfam America.

Acrescentou: “A Oxfam e nossos parceiros israelenses e palestinos trabalham em campo por décadas, para promover os direitos humanos e conceder apoio crucial para as comunidades locais. Permanecemos ao lado de nossa longa história de proteção às vidas, aos direitos humanos e ao futuro de todos os israelenses e palestinos.”

Esforços para silenciar críticos de Israel de fato foram acelerados nos últimos anos. A controversa definição de antissemitismo pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA) é utilizada por grupos sionistas para silenciar críticas legítimas ao governo israelense e suas políticas e práticas discriminatórias contra o povo palestino.

Sete dos onze exemplos de antissemitismo citados pela IHRA vinculam o racismo antijudaico a críticas a Israel.

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