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Trégua entre Azerbaijão e Armênia é rompida em questão de horas

Buraco de bala na janela de um veículo militar armênio, abandonado após confrontos na fronteira azeri, em Yevlakh, Azerbaijão, 7 de outubro de 2020 [Onur Çoban/Agência Anadolu]
Buraco de bala na janela de um veículo militar armênio, abandonado após confrontos na fronteira azeri, em Yevlakh, Azerbaijão, 7 de outubro de 2020 [Onur Çoban/Agência Anadolu]

Neste domingo (18), Armênia e Azerbaijão acusaram um ao outro de violar o novo cessar-fogo humanitário imposto sobre os combates no território montanhoso de Nagorno-Karabakh, poucas horas após o acordo.

As informações são da agência Reuters.

A trégua acordada no sábado (17) entrou em vigor a partir da meia-noite (20h00 GMT), uma semana depois de fracassar o cessar-fogo anterior, mediado pela Rússia.

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Trata-se do pior conflito no sul do Cáucaso desde a década de 1990. Ao menos, 750 pessoas morreram desde o início da atual rodada de confrontos, em 27 de setembro.

Às 10h10 GMT, o Ministério da Defesa do Azerbaijão anunciou que a região de Aghdam, adjacente a Nagorno-Karabakh, estava sob bombardeio armênio. Segundo o governo azeri, unidades militares da Armênia abriram fogo na fronteira, ao longo da noite.

“O inimigo disparou contra os arredores da cidade de Jibrail, além de aldeias na região … com morteiros e artilharia”, alegou o ministério, ao reiterar que o exército azeri “assumiu as medidas retaliatórias adequadas”.

Segundo as informações concedidas, unidades militares do Azerbaijão abateram um jato de guerra SU-25, pertencente à Armênia, “que tentava conduzir ataques aéreos contra posições do exército azeri na região de Jibrail”.

O governo da Armênia negou as acusações.

Por outro lado, a Armênia afirmou que o exército azeri disparou duas vezes durante a noite, além de acusar o governo na capital Baku de rejeitar seus apelos para retirar soldados feridos do campo de batalha.

“Tal medida … foi categoricamente rejeitada por Baku”, declarou o Ministério de Relações Exteriores da Armênia, em nota. Baku descreveu o comunicado da chancelaria adversária como “desinformação”.

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Oficiais em Nagorno-Karabakh reportaram que forças azeris lançaram um ataque contra posições militares do governo autônomo. Segundo os relatos, houve baixas e feridos em ambos os lados.

Nagorno-Karabakh é um território montanhoso internacionalmente reconhecido como parte do Azerbaijão, mas povoado e governado pela maioria étnica armênia.

O cessar-fogo anterior, neste mês, pretendia permitir a ambos os lados que trocassem prisioneiros e corpos dos mortos em combate. Porém, decorreu em pouco ou nenhum impacto efetivo nos confrontos em curso na região.

A nova trégua foi anunciada no sábado, após o Ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov conversar com suas contrapartes da Armênia e Azerbaijão, por telefone, e enfatizar seu apelo para que respeitassem a trégua.

Rússia, França e Estados Unidos são parte do chamado Grupo de Minsk, corpo de potências globais instituído para ajudar a solucionar os confrontos em Nagorno-Karabakh, desde a década de 1990, sob tutela da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O Azerbaijão afirmou no sábado que 60 civis foram mortos e 270 feridos, desde o início dos confrontos, em 27 de setembro. Não revelou, contudo, baixas militares.

O órgão autônomo de Nagorno-Karabakh reportou 673 oficiais militares mortos dentre seu contingente, além de 36 vítimas civis, até então.

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