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Conselho de jornalismo condena acusação de ‘espionagem’ contra repórteres turcos na Grécia

Ilha de Meis, Grécia, 3 de setembro de 2020 [Ayhan Mehmet/Agência Anadolu]
Ilha de Meis, Grécia, 3 de setembro de 2020 [Ayhan Mehmet/Agência Anadolu]

O Conselho Global de Jornalismo (CGJ) condenou ontem (3) a acusação de espionagem feita pelo website grego Tourkika Nea contra uma equipe de repórteres da agência Anadolu, na ilha de Meis, no Mediterrâneo.

O site grego publicou passaportes, fotos e outras informações pessoais dos jornalistas turcos, em ação considerada pela entidade internacional de imprensa como “motivo de preocupação”. Tais dados privados são de posse exclusiva de autoridades da Grécia.

Tevfik Durul, correspondente da Anadolu em Atenas, e o fotográfo Ayhan Mehmet chegaram na noite de quarta-feira (2), em Meis, para cobrir a disputa sobre um estudo sismológico, conduzido pela Turquia na região, contestado pela Grécia.

O site Tourkika Nea é conhecido por publicações hostis à Turquia.

“Por que permitimos cidadãos turcos, que trabalham como espiões para os serviços de inteligência da Turquia, que visitem a ilha de Meis? Por que permitimos que aportassem na ilha? Sabemos o que farão ali?”, declarou o website, ao publicar uma imagem do passaporte de Durul, com todas as informações pessoais.

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Em comunicado, o CGJ reiterou que “as autoridades gregas ainda não explicaram como o website, de cunho racista, publicou a página principal do passaporte, embora Durul não tenha compartilhado o documento com ninguém, em sua viagem de Atenas a Meis.”

A nota sugeriu que “compreende-se que as informações pessoais e a imagem do correspondente da Anadolu foram dados ao site de notícias por autoridades da Grécia.”

Condenou ainda a “agressão contra jornalistas”, ao convocar “todas as organizações internacionais de jornalismo profissional a repudiar as ações das autoridades gregas e do website, que põem em risco a vida de jornalistas estrangeiros no país.”

Senol Kazanci, diretor-geral da Anadolu, também condenou o incidente. Afirmou: “Estamos aguardando as autoridades gregas para que concedam esclarecimentos sobre como informações pessoais de nossos correspondentes foram vazadas, pois tais dados e imagens de passaportes supostamente estão nas mãos apenas de autoridades oficiais. Pedimos também que peçam desculpas pelo vazamento.”

Recentemente, autoridades da Grécia enviaram força militar à ilha de Meis, em violação de acordos históricos de desmilitarização da área, assinados entre Grécia e Turquia. A ilha localiza-se a 2.1 quilômetros da Turquia e 580 quilômetros do território continental grego.

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