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Consórcio saudita encerra sua tentativa de compra do time britânico Newcastle United

Equipe de futebol Newcastle United [YouTube]
Equipe de futebol Newcastle United [YouTube]

Um consórcio filiado à Arábia Saudita encerrou sua tentativa de compra da equipe de futebol britânica Newcastle United, em acordo que valeria £300 milhões (US$447 milhões).

Grupos de direitos humanos protestaram à Premier League – campeonato nacional de futebol do Reino Unido – para examinar em detalhes o acordo, a fim de não permitir ao estado saudita que utilizasse o esporte para encobrir abusos de direitos humanos, ao comprar o clube.

O consórcio afirmou “lamentar” retirar-se da negociação.

“Como investidor autônomo e puramente comercial, nosso foco era agregar valor de longo prazo ao clube, seus fãs e a comunidade, à medida que permanecemos comprometidos à colaboração, praticidade e produtividade durante período difícil de incertezas globais e desafios significativos para torcedores e equipe”, afirmou em nota o consórcio saudita.

“Em último caso, durante o processo imprevisivelmente demorado, o acordo comercial entre o grupo de investimento e os proprietários do clube expirou e nossa tese de investimento não pôde sustentar-se”, prosseguiu.

O Comitê de Ética e Regulação da FIFA também criticou o governo britânico por permitir que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), presidido pelo príncipe herdeiro e governante de fato Mohammed bin Salman, assumisse controle de ações da equipe de futebol.

Controversa compra saudita do Newcastle United [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Controversa compra saudita do Newcastle United [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Em carta a Oliver Dowden, Secretário do Estado do Reino Unido para Cultura, Mídia e Esporte, o comitê da FIFA alertou: “A possível compra do Newcastle United por um consórcio, cuja 80% da posse reside no fundo de riqueza soberana da Arábia Saudita, é preocupante devido ao péssimo histórico de direitos humanos [do país].”

Alegações contra o regime saudita incluem autorizar e coordenar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, dissidente saudita radicado nos Estados Unidos, que escrevia para o jornal The Washington Post.

Outras denúncias referem-se à prisão de ativistas de direitos humanos com pouco ou nenhum acesso a julgamento adequado ou direitos legais, além do uso cada vez mais frequente de espionagem online contra oponentes do regime.

Analistas acreditam que a Arábia Saudita pretende comprar os direitos de exibição de televisão da Premier League, aberto o leilão em 2021, em tentativa de vencer a emissora catariana beIN Sport, que atualmente detém os direitos.

Leia: HRW quer direitos humanos na balança da venda do Newcastle para os sauditas

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