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Palestina pede a Israel que restrinja viagens à Cisjordânia devido ao novo pico de covid-19

6 de julho de 2020, às 12h28

Palestinos aguardam perto da Mesquita Abraâmica (Túmulo dos Patriarcas), na cidade de Hebron, considerada ponto crítico na Cisjordânia ocupada, na manhã de 26 de maio de 2020 [Hazem Bader/AFP/Getty Images]

O Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina (AP) Mohammed Shtayyeh exortou Israel a fechar todas as travessias para a Cisjordânia ocupada, a fim de conter a propagação do coronavírus.

O pedido ocorre diante de novo surto de infecções nos territórios palestinos, registrado nos últimos dias, segundo informações da agência de notícias Wafa.

Shtayyeh declarou que a falta de controle palestino sobre suas próprias fronteiras, controladas pela ocupação israelense, conforme prerrogativas “racistas”, obstrui efetivamente os esforços palestinos para combater o covid-19 e representa, portanto, a principal razão para o aumento no número de caso.

“Enviaremos um pedido à Organização de Supervisão da Trégua das Nações Unidas (UNTSO) para monitorar a situação nas fronteiras de 1967”, reiterou Shtayyeh durante encontro semanal do gabinete de governo da Autoridade Palestina, em Ramallah.

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A Ministra da Saúde da AP Mai Al-Kaileh confirmou 64 novos casos de covid-19 na manhã de hoje (6). O total de infecções nos territórios palestinos ocupados aumentou para 4.786 casos.

Dentre os 4.786 casos, 4.339 pacientes foram diagnosticados na Cisjordânia ocupada, 72 em Gaza e 447 em Jerusalém Oriental.

A ministra revelou ainda que 82% dos novos casos de coronavírus resultaram de aglomerações em casamentos ou funerais; 18% são oriundos de palestinos que viajam a Israel a trabalho ou com outros propósitos.

Além disso, o Presidente da AP Mahmoud Abbas estendeu ontem (5) o estado de emergência por 30 dias, o que permite aos oficiais palestinos impor restrições complementares diante da doença, incluindo novos períodos de lockdown, proibição do fluxo de pessoas entre cidades e emprego de forças de segurança.

Israel atualmente registra em torno de 1.000 casos novos por dia, índice mais alto que o pico da primeira onda de covid-19, registrado anteriormente. O governo hoje aprovou uma série de novas restrições, em vigor imediatamente, incluindo fechamento de clubes, bares, espetáculos culturais e academias. O acesso às sinagogas será limitado a 19 pessoas.