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Milhares de israelenses protestam contra a anexação em Tel Aviv

Celebridades, ativistas, empresários e especialistas em segurança reuniram-se para protestar contra a decisão israelense de anexar grandes partes da Cisjordânia ocupada

Milhares de israelenses realizaram protesto na noite de ontem (23), na praça Rabin de Tel Aviv, contra a decisão do Estado de Israel de anexar grande partes da Cisjordânia ocupada.

Celebridades, ativistas, empresários e experts de segurança participaram da manifestação e discursaram no evento, segundo o jornal The Jerusalem Post.

O protesto ocorreu logo após o Secretário-Geral da ONU António Guterres exortar Israel a suspender seus planos de anexação, em relatório oficial que afirma tratar-se de “grave violação da lei internacional”.

“Peço a Israel que abandone seus planos de anexação”, declarou o chefe das Nações Unidas, reiterando que o movimento “ameaça esforços para avançar na direção da paz regional”.

O governo israelense planeja anexar terras ocupadas do Vale do Jordão e assentamentos na Cisjordânia a partir de 1° de julho. Estimativas palestinas indicam que o plano de Israel deverá cobrir mais de 30% da Cisjordânia ocupada.

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“Tenho esperanças de que esta voz da razão, não apenas minha, mas que ressoa em todo o mundo, seja ouvida pelas autoridades israelenses e que a anexação não ocorra em 1° de julho”, prosseguiu Guterres.

Sob o “plano de paz” do Oriente Médio, anunciado pelo presidente americano Donald Trump em janeiro, é previsto que os Estados Unidos reconheçam os assentamentos judaicos, construídos ilegalmente em terras palestinas, como parte de Israel.

Líderes palestinos rejeitaram por completo a iniciativa.

Eu não vou perder a oportunidade de anexar a Palestina [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Eu não vou perder a oportunidade de anexar a Palestina [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Durante o protesto, com participação de quase 2.500 pessoas, o ex-chefe de inteligência militar israelense Amos Yadlin alertou sobre os riscos de segurança decorrentes da anexação.

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Yadlin, no entanto, preservou posição sionista ao argumentar que Israel está “no caminho da solução de um estado único para duas nacionalidades distintas [judaica e árabe]. Nosso objetivo é estabelecer um país que seja judaico, democrático, seguro, legítimo e ético.”

“O único mapa que vimos até então, que pressupõe a imagem da anexação, é um mapa conceitual anexo ao plano de Trump … Posso garantir que anexar unilateralmente 30% da Judeia e Samaria [Cisjordânia ocupada] não trará vantagens estratégicas, mas sim graves riscos de segurança, pressão internacional, fracasso moral e de legitimidade”, alertou o especialista israelense.

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