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Israel lança campanha de prisões em massa na Cisjordânia

Soldados israelenses prendem um jovem palestino na Cisjordânia em 31 de maio de 2014 [Nedal Eshtayah / Apaimages]

As forças de ocupação lançaram ataques em muitas áreas da Cisjordânia e prenderam várioas pessoas, incluindo um líder do Hamas, em meio a uma extensa campanha iniciada há uma semana. Os ataques atingiram a cidade de Ya`bad, em Jenin, depois que um soldado israelense foi morto durante confrontos com palestinos, que protestavam contra a campanha maciça de incursões iniciadas antes.

Os soldados continuam a impor severas restrições a Ya`bad, fechando muitas das principais estradas da cidade, fazendo prisões e ataques regulares e intimidando os moradores com cães policiais, agredindo-os intencionalmente e destruindo seus pertences pessoais.

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A campanha israelense começou na madrugada de terça-feira depois que um soldado israelense foi morto durante uma operação militar na cidade. O soldado foi atingido na cabeça por uma pedra atirada de um dos edifícios da cidade. Consequentemente, a residência foi invadida dezenas de vezes e vários de seus habitantes foram presos, incluindo mulheres e crianças.

Centenas de moradores de cidades vizinhas participaram de uma marcha com veículos em direção a Ya`bad, para expressar sua rejeição às medidas de segurança impostas pela ocupação na área.

A marcha foi organizada pelo Fatah sob o título “Fim ao cerco à cidade de Ya`bad”. Vários oficiais de campo do movimento participaram da manifestação para chegar ao bairro de Al-Salamah, onde as forças de ocupação continuam a atacar depois de anunciada a morte de um de seus soldados lá.

O funcionário do Fatah na região de Jenin, Atta Abu Irmaila, disse que o movimento é solidário com os moradores de Ya`bad, que ainda estão sujeitos a ataques agressivos e contínuos, afirmando que “Ya’bad, fortaleza das Brigadas Al-Qassam, não será quebrada e continuará lutando como sempre fez desde a revolução de Al-Qassam. ”

O governador de Jenin, major-general Akram Rajoub, confirmou que as condições das pessoas feridas, que foram agredidas pelas forças de ocupação na cidade de Ya’bad, são estáveis e condenou a agressão contínua contra os palestinos.

Durante sua visita à cidade, Rajoub enfatizou que o presidente Mahmoud Abbas está acompanhando de perto os eventos em Ya`bad e enfatizou que as vítimas receberão o apoio e assistência necessários.

O governador de Jenin visitou Adnan Hamarsheh, que é deficiente e foi agredido pelos soldados da ocupação durante uma incursão em sua casa.

Rajoub também visitou a ex-prisioneira Suhaila Abu Bakr e sua filha Iman, bem como Attia Asfour, depois que as forças de segurança israelenses detiveram seus três filhos e ouviu os depoimentos dos moradores locais sobre os ataques e violações a que foram submetidos.

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Os soldados continuaram seus ataques e prenderam vários cidadãos, despreocupados com o estado de emergência declarado na Cisjordânia para combater a pandemia de coronavírus.

Um cidadão da cidade de Musliya, ao sul de Jenin, foi severamente espancado antes de ser preso. Também foram destruídos seus móveis e pertences pessoais.

Os soldados invadiram ainda a cidade vizinha de Qabatiya e prenderam quatro jovens na estrada Al-Badhan, a leste de Nablus, depois de parar o veículo em que estavam viajando.

Shaker Amara, um dirigente do Hamas na Cisjordânia, foi detido pela segurança israelense que invadiu sua casa no campo em Aqabat Jabr na cidade de Jericó..

Fontes locais descreveram que as forças de ocupação invadiram a casa de Amara e o levaram a um destino desconhecido. Durante a operação, eclodiram confrontos entre os moradores da área e os soldados israelenses. Por isso, os locais atiraram pedras para protestar contra o ataque, enquanto as forças de segurança abriram fogo e dispararam bombas de som e gás contra os manifestantes.

O líder do Hamas foi preso várias vezes no passado, pois estava entre os oficiais do movimento que foram deportados por Israel em 1992 para Marj Al-Zuhur, no Líbano.

Amara, que passou vários anos nas prisões da ocupação, foi submetido a tortura durante as investigações. Na segunda-feira, as forças de ocupação prenderam o ex-prisioneiro Abbas Shajada, 22, na cidade de Belém, depois de invadir e revistar a casa de seus pais, além de invadir as áreas de Handaza e Jabal Al-Mawaleh.

Confrontos eclodiram entre os jovens palestinos e os soldados da ocupação, que dispararam bombas de gás e som contra eles, o que levou à queima de árvores e plantas nas terras vizinhas, além de vários casos de asfixia.

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Na cidade de Hebron, ao sul da Cisjordânia, vários cidadãos ficaram sufocados por bombas de gás lacrimogêneo disparadas no centro de Beit Ummar. Testemunhas revelaram que os soldados israelenses invadiram a cidade e dispararam balas vivas e revestidas de borracha com metal, além de bombas de som e gás lacrimogêneo contra os cidadãos, durante os confrontos que ocorreram por lá.

Durante o ataque, as forças de ocupação prenderam Mohammed Abu Maryah, 32, um ex-prisioneiro que passou cinco anos em prisões israelenses, Mutaz Al-Owewi, 34, da cidade de Hebron, Iyad Ayman Abu Alyan, 18, da cidade de Yatta e Walid Hussein Mazin, 44, do campo de Al-Arroub, depois de invadir e revistar suas casas.

Mais demolições [Sabaaneh/ Monitor do Oriente Médio]

Na segunda-feira, as forças israelenses prenderam o ex-prisioneiro Hudhayfah Badr Halabiya, na cidade de Abu Dis, a sudeste de Jerusalém ocupada. Fontes locais confirmaram que um soldado israelense especial vestindo roupas civis cercou sua casa no bairro de Batin Al-Zeit, invadiu a residência, revistou-a e violou seus pertences pessoais.

As forças de ocupação haviam libertado Halabiya em dezembro, depois que ele manteve greve de fome por 67 dias, que terminou com o estabelecimento de um prazo para o período de sua detenção administrativa.

Elehavia sido em Halabiya em 10 de junho de 2018 e três ordens administrativas de detenção foram emitidas contra ele.

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Em Jerusalém ocupada, os soldados prenderam os irmãos Ahmed e Youssef Abu Al-Hawa da cidade de Al-Tur, e os irmãos Mahmoud e Abd Obaid da cidade de Al-Issawiya, depois de agredi-los severamente.

Na noite de domingo um grupo de colonos atacou um cidadão enquanto passava perto de Khirbet Abu Falah e da vila de Al-Mughayyir, ao norte de Ramallah, o que resultou na destruição de seu veículo.

Para os projetos de assentamento ilegais em curso, as forças de ocupação demoliram cerca de 15 dunams de terras plantadas com oliveiras entre as aldeias de Kafa e Shufa, a sudeste de Tulkarm, ao norte da Cisjordânia, usando mais de dez escavadeiras, fortemente protegidas por soldados e de um grupo de colonos armados.

Israel alegou que essa terra foi nivelada devido à sua proximidade com o assentamento Avnei Hefetz. Há um mês e meio atrás, as escavadeiras bloquearam as estradas que levam à área impedindo que os agricultores chegassem a suas terras para trabalhar.

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