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Tortura de iraquiana queimada por seu marido causa revolta nas redes sociais

Uma mulher iraquiana, Malak Haider Al-Zubaidi, foi incendiada por seu marido em Najaf, Iraque 14 de abril de 2020 [Twitter]

O suposto abuso e queima de uma mulher iraquiana nas mãos de seu marido e sua família causou alvoroço nas mídias sociais.

Vídeos de Malak Haider Al-Zubaidi, de 20 anos, de cama, coberta de bandagens, o rosto inchado de queimaduras, gritando de dor, circulavam online.

Post registra que o fato de que garota iraquiana foi queimada, o estresse psicológico vivido pelas mulheres é grande, alé da violência doméstica, a matança em nome de costumes e tradições, o casamento precoce, aausência de uma lei para responsabilizar os homens, nenhuma lei para limitar gravidez, etc.

A denúncia é que Al-Zubaidi foi abusada e depois queimada pelo, Mohammed Al-Mayahli, um policial da cidade iraquiana de Najaf.

Após o incidente, o homem ainda escreveu no Facebook que Al-Zubaidi tem uma doença mental e se incendiou.

“Ela se queimou com gasolina e acusou a mim e à minha família … há contas patrocinadas que publicam essas mentiras apenas para caluniar minha família”, escreveu Al-Mayahli no Facebook.

Vídeos de Al-Zubaidi nas redes sociais mostram a mulher em uma cama de hospital gritando de dor visível, “eles nunca me amaram e me trataram como escrava”, em aparente referência à família de seu marido.

Enquanto isso, a família da vítima alega que Al-Mayahli a proibiu de visitar seus pais por oito meses.

No domingo, o governador de Najaf, Louay Al-Yasiri, ordenou uma investigação sobre o caso.

O escritório de imprensa do governador disse que Al-Yasiri pediu “uma equipe de investigação especializada sobre o incêndio de uma mulher de Najaf”.

Os ativistas reagiram com raiva ao incidente, pedindo justiça para Malak e novas leis para proteger as mulheres da violência doméstica.

Um usuário escreveu no Twitter: “Vi um vídeo dela no hospital e não consigo tirar os gritos da minha cabeça. Justiça para Malak.

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Este outro post com um desenho diz: “É um crime contra a humanidade. Onde está o papel das autoridades? Uma lei deve ser promulgada para criminalizar esse comportamento. ”

O Iraque não possui leis especificas para proteger as mulheres de abuso doméstico. A constituição do país apenas proíbe “todas as formas de violência e abuso na família”, mas permite que os maridos “disciplinem” suas esposas.

Os ativistas que pressionam o governo a aprovar leis para prevenir a violência contra as mulheres até agora tiveram pouco sucesso, já que os partidos conservadores ainda dominam Bagdá.

Os dados mais recentes de 2012 fornecem uma imagem incompleta da escala de violência doméstica, mas os analistas estimaram que uma em cada cinco mulheres são vítimas.

O advogado iraquiano Mohammed Jumaa disse no Twitter que viu centenas de casos semelhantes, onde a vida de mulheres vítimas de abuso, como Al-Zubaidi, foi perdida e os responsáveis ​​não foram levados à justiça.

Ele acrescentou que, “se não fosse a mídia social nesses casos, o governador não teria dito nada … em nosso país, você não tem direitos se a mídia social não simpatizar com você”

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