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Autoridade Palestina afirma ter cortado cooperação de segurança com Israel e Estados Unidos

Forças de segurança da Autoridade Palestina [foto de arquivo]

A Autoridade Palestina cortou todos os laços com Israel e Estados Unidos, incluindo relações de segurança, após rejeitar o “plano de paz” do Oriente Médio proposto na última terça-feira (28 de janeiro) pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump. A informação foi corroborada por declaração do presidente palestino Mahmoud Abbas, emitida neste sábado (1°).

Em reunião com ministros árabes de relações exteriores no Cairo, capital do Egito, Abbas reiterou seu “completo” repúdio ao suposto plano de paz, que impõe a criação de um estado palestino desmilitarizado com fronteiras estabelecidas de acordo com as reivindicações israelenses.

“Nós informamos o lado israelense … que não haverá absolutamente nenhuma relação com eles e Estados Unidos, incluindo laços de segurança”, anunciou Abbas durante a sessão extraordinária realizada para debater o plano de Trump.

Oficiais israelenses não comentaram imediatamente sobre o caso.

Em 2014, Abbas descreveu a coordenação de segurança da Autoridade Palestina com Israel como “sagrada”. Ao longo dos anos, entretanto, ameaçou reiteradamente encerrar esta colaboração com Israel, frequentemente em ocasiões nas quais os recursos da Autoridade Palestina viam-se em risco. Apesar das ameaças retóricas, Abbas permaneceu fiel a sua posição de 2014, e a coordenação de segurança entre Autoridade Palestina e Israel permaneceu constante.

Forças de segurança de Israel e da Autoridade Palestina cooperam há décadas no policiamento de áreas da Cisjordânia ocupada, a despeito do suposto controle palestino. A Autoridade Palestina também possui acordos de cooperação de inteligência com a CIA, agência central dos Estados Unidos, que continuaram ativos mesmo após os palestinos passarem a boicotar os esforços da gestão de Trump sobre o Oriente Médio, em 2017.

Abbas também relatou ter recusado discutir o plano com Trump por telefone ou mesmo receber uma cópia da proposta para então estudá-la. “Trump pediu para falar comigo por telefone, mas eu disse não; então disse que me enviaria uma carta … mas recusei”, afirmou Abbas.

O plano de Trump, revelado na última terça-feira, também impõe o reconhecimento americano de todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada – ilegais segundo a lei internacional – e estabelece Jerusalém como capital indivisível de Israel.

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