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Estudante saudita afirma que o FBI o salvou de ser assassinado como Khashoggi

Dissidente saudita residente nos Estados Unidos alegou que departamento de investigação americano o salvou de destino similar a Jamal Khashoggi

Um dissidente saudita residente nos Estados Unidos alegou que Departamento Federal de Investigação (FBI) o salvou de destino similar a Jamal Khashoggi. Andulrahman Almutairi, de 27 anos, ex-estudante da Universidade San Diego, relatou seu caso ao jornal The Daily Beast.

Almutairi, personalidade do YouTube com centenas de milhares de seguidores, atraiu a atenção após criticar o príncipe-herdeiro e governante de fato saudita Mohammad Bin Salman sobre o assassinato do jornalista radicado nos Estados Unidos Jamal Khashoggi, executado em outubro de 2018. “O governo saudita sentiu que sou uma ameaça”, relatou Almutairi.

Segundo o YouTuber, um homem saudita não-identificado acompanhou seu pai em um voo a fim de abduzir Almutairi e forçá-lo a retornar para a Arábia Saudita. O FBI descobriu e frustrou o plano, ao intervir no devido momento para que Almutairi fosse resgatado.

“Se eu voltar à Arábia Saudita”, afirmou, “serei morto no aeroporto”.

Embora seja difícil confirmar as alegações de Almutairi neste momento, a realidade brutal da política de Riad contra eventuais dissidentes é bastante conhecida. O príncipe-herdeiro é particularmente notório pela forma como trata seus críticos. Uma investigação da ONU concluiu que o futuro rei da Arábia Saudita foi o mandante do assassinato de Khashoggi. A CIA chegou à mesma conclusão.

Muitos outros foram vítimas da emergente rede de espiões a serviço do reino saudita, estabelecida para silenciar os críticos do regime. Em 2019, a CIA alertou também um ativista palestino em asilo político na Noruega de uma possível ameaça à sua vida proveniente da Arábia Saudita.

Críticos não são os únicos alvos do reino. Nesta semana, evidências emergiram sobre o caso de invasão cibernética contra Jeff Bezos, presidente e fundador da multinacional americana Amazon e proprietário do jornal The Washington Post, onde trabalhava Khashoggi. Bezos foi hackeado a partir de um vídeo enviado por uma conta de WhatsApp do próprio Bin Salman. Desta forma, qualquer ameaça aos interesses do reino está em risco. Dissidentes sauditas também no Reino Unido revelaram detalhes das ameaças sofridas cotidiamente. Spyware desenvolvido em Israel é utilizado para rastrear e vigiar críticos do regime.

LER: Arábia Saudita classifica acusações de que hackeou presidente da Amazon como ‘absurdas’

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