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Forças israelenses prendem líder comunitário em Issawiya

Soldados israelenses montam guarda no bairro de Issawiya, Jerusalém Oriental, em 19 de dezembro de 2012 [Mahfouz Abu Turk/Apaimages]

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP, em inglês) reiterou ontem (26) que a detenção seus membros e apoiadores por parte de Israel não impedirá sua resistência, relatou a rede de notícias Quds Press.

Em declaração, a organização afirmou que Israel sempre praticou suas “guerras violentas e sistemáticas” contra seus membros e líderes, “mas isso não deu fim à resistência, não nos levou à submissão, tampouco mudou nossos princípios.”

A declaração acrescenta: “A Frente Popular para a Libertação da Palestina prometeu ao povo preservar seus princípios e sua resistência até a conquista dos objetivos palestinos, incluindo o retorno [dos refugiados], a liberdade, a independência e a criação do estado da Palestina em todo o solo nacional com Jerusalém como capital.”

Logo nos primeiros momentos da manhã de ontem, forças da ocupação israelenses lançaram uma campanha de prisões em massa na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, e detiveram 25 palestinos, a maioria membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina.

No último domingo (25), forças israelenses prenderam um proeminente líder e coordenador comunitário do bairro de Issawiya, no território ocupado de Jerusalém Oriental, relatou a ONG Ir Amim.

Muhammad Abu Hummus permanece preso no momento em que escrevemos; sua audiência está prevista para hoje (27).Segundo a organização não-governamental, Abu Hummus, líder local e representante dos residentes de Issawiya, “foi arrancado de sua cama no meio da noite e preso por forças policiais israelenses com base em alegações infundadas de incitação e apoio ao terrorismo.”

De fato, a ONG observou que Abu Hummus é “um ativista e líder comunitário bastante conhecido que exerce um papel central na resistência civil não-violenta diante dos abusos policiais israelenses em Jerusalém Oriental.”

Devido ao seu ativismo em Issawiya em particular, a polícia israelense passou a perseguir Abu Hummus em diversas ocasiões. Apenas alguns meses atrás, Abu Hummus processou a polícia por detenção abusiva. A conclusão do processo deu-se quando a polícia concordou em pagá-lo 4.000 shekels (US$ 1.137) como acordo de conciliação.

Após a prisão de Abu Hummus na madrugada de domingo, a polícia requisitou uma extensão de cinco dias para sua prisão à Corte de Magistrados de Jerusalém, sob argumento de evitar qualquer obstrução às investigações.

O juiz rejeitou o pedido e determinou que Abu Hummus pode ser solto sob condição de permanecer fora de Issawiya até 1° de setembro. No entanto, a polícia entrou com recurso contra a decisão. Por consequência, manteve Abu Hummus preso durante toda a noite.

Ontem (26), a Corte Distrital de Jerusalém recebeu a apelação da polícia e decidiu realizar uma sessão judicial adicional no dia de hoje, a fim de chegar a uma decisão definitiva.

Nos últimos dois meses e meio, agressões constantes, invasões violentas e diversas formas de punição coletiva são realizadas contra os residentes de Issawiya por parte da polícia israelense.

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