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Soldados israelenses espancam ativista negro da Flotilha da Liberdade

30 de julho de 2025, às 15h47

Ativista americano Chris Smalls [Flotilha da Liberdade/Reprodução]

O exército da ocupação israelense voltou a invadir um barco humanitário da Flotilha da Liberdade, no último sábado (26), que tentava chegar a cerco a Gaza, sob catástrofe de fome, ao prender ilegalmente todos os 21 ativistas a bordo.

O barco Handala — sucessor do Madleen, cuja viagem foi interceptada em alto-mar em junho — foi invadido em uma operação dramática registrada em vídeo e fotos postados pelos organizadores da flotilha.

Dentre os detidos, o ativista afro-americano Chris Smalls, conhecido por sindicalizar os trabalhadores da Amazon em Staten Island, em 2022, quando foi convidado pelo então presidente Joe Biden à Casa Branca, para debater a matéria.

Detalhes divulgados nesta segunda-feira (28) revelaram que Smalls não somente sofreu sequestro, como espancamento por soldados de Israel.

Em nota compartilhada no Instagram, a Coalizão da Flotilha da Liberdade ressaltou: “Ao chegar à custódia israelense, o ativista de direitos humanos estadunidense Chris Smalls foi agredido fisicamente por sete indivíduos uniformizados”.

“Eles o enforcaram e o chutaram nas pernas, deixando sinais visíveis de violência em seu pescoço e costas”, acrescentou o alerta.

Conforme o relato, ao se apresentar a seu cliente, sua advogada o encontrou rodeado por seis membros da polícia especial de Israel, cuja unidade não foi aplicada a nenhum dos outros ativistas.

O caso volta a mostrar racismo institucional de Israel, para além dos palestinos nativos, marcado pela diferença de tratamento — embora também violento — aos tripulantes brancos e europeus.

A falta de cobertura do episódio na mídia corporativa liberal — sobretudo dos Estados Unidos — incitou indignação entre ativistas e observadores.

Outro caso grave envolvendo o Handala é da norueguesa Vigdis Bjorvand, de 70 anos, isolada sem comunicação ou acompanhamento apesar da idade. Bjorvand, cozinheira a bordo, mantém greve de fome junto dos colegas, para reivindicar sua soltura.

 

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com mais de 60 mil mortos, 145 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco militar absoluto, destruição da infraestrutura civil — incluindo hospitais — e catástrofe de fome. 

Estima-se 147 mortos por desnutrição em Gaza, incluindo 88 crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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