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Hezbollah nega entregar armas em meio a agressão israelense ao Líbano

5 de julho de 2025, às 14h57

Naim Qassem, secretário-geral do Hezbollah, em Beirute, em 6 de agosto de 2024 [Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images]

Naim Qassem, secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, informou nesta sexta-feira (4) que sua organização não responderá às exigências para entregar armas “antes do fim da agressão israelense”, reportou a agência Anadolu.

Sua declaração ocorreu em discurso televisionado pela emissora libanesa Al-Manar.

“Em resposta àqueles que demandam da resistência a entrega de suas armas, primeiro reivindiquem o fim das agressões”, destacou Qassem. “Não é razoável deixar de criticar a ocupação e exigir daqueles que apenas resistem que baixem suas armas. Quem quer que aceite a rendição terá de carregar as consequências. Nós jamais a aceitaremos”.

“Defender nossa terra não requer permissão de ninguém”, acrescentou. “Quando uma alternativa séria e eficaz para a defesa nos for apresentada, estaremos absolutamente prontos para discutir todos os detalhes”.

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O Líbano prepara uma resposta a uma proposta recente do Thomas Barrack, emissário especial dos Estados Unidos na Síria, sobre a conjuntura na região, entregue a oficiais em Beirute durante visita em 19 de junho.

Na quarta-feira (2), uma fonte levantina apontou à Anadolu que o plano Barrack orbita três pontos, sendo o primeiro o monopólio de armas do Estado libanês.

A proposta do representante trumpista pede também reformas financeiras e restrições de aduana, fronteiras, travessias e instalações públicas.

Desde o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, em novembro, mediado por Washington, a Casa Branca pressiona pelo desarmamento do Hezbollah. Contudo, a permanência da ocupação israelense no sul do Líbano e violações da trégua mantêm impasse.

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O exército de Israel conduz ataques quase diários ao Líbano, apesar da suposta trégua, que encerrou meses de disparos transfronteiriços entre as partes.

Autoridades libanesas reportaram ao menos três violações israelenses do acordo, com 225 mortos e mais de 500 feridos.

Sob o cessar-fogo, Tel Aviv deveria se retirar completamente do sul do Líbano até 26 de janeiro — prazo estendido a 18 de fevereiro. No entanto, forças israelenses continuam ativas em ao menos cinco posições para além da fronteira.