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Oficial israelense admite disparar contra civis em postos assistenciais de Gaza

1 de julho de 2025, às 17h17

Palestinos buscam comida na chamada “estrada da morte”, sob ataques de Israel, em Khan Yunis, Gaza, 28 de junho de 2025. [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

Um oficial sênior do Comando Sul do exército israelense reconheceu disparos de artilharia “não-controlados” contra civis na Faixa de Gaza, com centenas de mortos e feridos, incluindo pessoas à espera de assistência humanitária.

A admissão em parte sucede uma reportagem do jornal israelense Haaretz, com testemunhos de soldados e oficiais, corroborando ordens para abrirem fogo a multidões próximas de centros assistenciais, mesmo na ausência de eventuais ameaças.

Segundo o oficial, os disparos letais, no entanto, buscam “manter a ordem”.

A fonte descreveu um incidente em particular — “o mais grave” —, em que 30 a 40 pessoas foram feridas, incluindo mortos.

Fontes locais, bem como organizações internacionais, têm alertado que os centros de distribuição humanitária em Gaza se tornaram “armadilhas mortais”, onde chacinas deliberadas são cometidas contra civis. As baixas, nas últimas semanas, somam-se às 56 mil vítimas fatais do genocídio em Gaza.

O Haaretz também publicou recentemente depoimentos de soldados que serviram em Gaza, no qual confirmaram ordens para atirar nas multidões carentes, assim que se aproximassem dos caminhões de ajuda.