Ao menos 34 palestinos foram baleados e mortos perto de centros israelo-americanos de distribuição assistencial no sul da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde, de acordo com reportagem da rede Al Jazeera.
Trata-se do dia mais letal dentre os incidentes quase diários, à medida que milhares se aglomeram em busca de comida em áreas sob controle militar de Israel, sob gestão da empreiteira privada denominada Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
Segundo as informações, a maior parte dos mortos tentava chegar a um posto da GHF em Rafah, no sul do enclave, enquanto outros estavam nas estradas a um novo centro de distribuição perto de Khan Yunis.
Heba Jouda e Mohammed Abed — presentes no posto de Rafah durante o incidente — relataram que forças israelenses dispararam munição real contra a multidão às 4 horas da madrugada, em cenas de execução em massa.
Palestinos que esperavam comida perto de um posto no Corredor Netzarim, na região central, também foram alvejados, com três mortos, segundo a agência Wafa.
No norte de Gaza, sete civis foram mortos por ataques israelenses a rotas comumente usadas por caminhões humanitários, em al-Sudaniya e Beit Lahia, destacou uma fonte de saúde à agência Anadolu.
Artilharia israelense atingiu ainda um apartamento residencial no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, com um morto e vários feridos.
Israel impede a entrada de ajuda humanitária, incluindo alimentos e insumos médicos, a Gaza desde 2 de março, ao afogar o enclave em uma catástrofe de fome.
O Estado ocupante ignora apelos internacionais por cessar-fogo, ao manter os ataques indiscriminados desde outubro de 2023, com ao menos 55.400 mortos, 125 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), corte-irmã também em Haia, que julga Estados, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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