O exército de Israel alvejou nesta segunda-feira (16) o prédio da televisão oficial do Irã, durante uma transmissão ao vivo, reportou a imprensa local, segundo informações das redes de notícias Anadolu e Al Jazeera.
Os ataques causaram breve interrupção nas transmissões. A emissora retomou serviços momentos depois, a partir de estúdios distintos.
Vídeos do momento do ataque circularam online e na cobertura de mídia, assim como imagens do edifício em chamas.
Mais cedo, o ministro da Defesa, Israel Katz, alertou que as rádios e televisões iranianas estariam “prestes a desaparecer”, em declaração de dolo de crime de guerra, contrário às normas de proteção de infraestrutura civil e jornalistas.
Katz confirmou o ataque posteriormente.
A agência Tasnim notou dezenas de profissionais feridos, embora as informações sejam ainda escassas.
Foad Izadi, professor de Relações Internacionais da Universidade de Teerã, em contato com a Al Jazeera, expressou receios de “várias baixas”.
“É um prédio grande”, disse o acadêmico. “A redação e seus estúdios estava situada no primeiro andar. São quatro andares, com ao menos 200 a 300 pessoas trabalhando em cada um deles”.
“Isso deve resultar em muitas mortes, muitas mortes civis — sobretudo jovens, jovens jornalistas”, reiterou.
Izadi pediu condenação internacional e apontou violação das normas e leis de guerra: “Chamar alguém de porta-voz não dá permissão para assassiná-los. Desgostar do que é dito não dá permissão para eliminar ninguém”.
Izadi saudou ainda Sahar Emani, âncora que estava ao vivo no momento do incidente: “Ela é uma verdadeira jornalista. Justa e correta em sua reportagem”.
Emani voltou a cobrir os eventos de um estúdio próximo logo em seguida. Momentos antes do bombardeio, afirmou: “Ouçam, o que ouvem é o som do agressor — o som do agressor atacando a verdade”.
Para Peyman Jebelli, chefe da emissora, o ataque se deu porque “a imprensa nacional está respondendo ao âmago da estratégia de propaganda do inimigo”. Em nota, insistiu que suas equipes se mantêm determinadas em reagir a uma “guerra híbrida”.
Tensões escalaram após Israel lançar ataques ilegais contra Teerã e outras cidades, com assassinatos sumários e bombardeios a áreas civis, militares e nucleares, na sexta-feira (13). Teerã retaliou, ao romper os sistemas Domo de Ferro e outros.
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