Autoridades francesas fecharam quatro estandes pertencentes a fabricantes de armas israelenses na Feira Aérea de Paris, nesta segunda-feira (16), segundo informações da agência de notícias Reuters.
De acordo com a reportagem, a suspensão se deu por descumprimento de diretivas de uma agência de segurança nacional, pela remoção de armas de ataque e cinéticas dos estandes em questão.
O fechamento ocorreu durante a noite, após a montagem das exibições.
O Ministério da Defesa de Israel reagiu em seu usual tom agressivo, ao acusar a França de adotar “considerações políticas” de forma “ultrajante e sem precedentes”. Segundo a pasta, os organizadores ergueram tapumes pretos para isolar o pavilhão.
Um porta-voz da Associação de Indústrias Aerospacial da França (GIFAS), organizadora do evento, confirmou alguns fechamentos, mas se negou a dar detalhes.
Embora três estandes menores e um do Ministério da Defesa permaneçam abertos, as exposições suspensas consistiam em peças-chave do setor militar israelense. As firmas em questão usam a feira como plataforma para venda de armamentos — testados nos palestinos — a compradores europeus e internacionais.
As relações entre França e Israel se mostraram instáveis nas últimas semanas, à medida que cresce a pressão global contra o cerco e o genocídio em Gaza. O presidente francês Emmanuel Macron, firme aliado de Tel Aviv, tem ecoado críticas.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza, incluindo armas proscritas, há mais de 20 meses, com 55 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
As ações são julgadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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