A Fundação Hind Rajab (HRF), que busca justiça internacional contra oficiais israelenses responsáveis por crimes de guerra, registrou uma queixa na Procuradoria da Holanda contra Lavi Lazarovitz, major a serviço da Força Aérea de Israel, de viagem ao país para um evento de segurança digital da empresa CyberArk.
Em nota divulgada na terça-feira (10), a organização notou que Lazarovitz se apresenta na Holanda como um executivo de tecnologia, embora seja um agente ativo das forças israelenses.
“Lazarovitz apareceu uniformizado em um vídeo promocional da CyberArk, durante o ápice dos bombardeios israelenses a Gaza”, destacou o comunicado.
A denúncia notou evidências compiladas por organizações como Human Rights Watch, Anistia Internacional e Nações Unidas sobre ataques diretos de Israel a infraestrutura civil, incluindo hospitais, escolas e campos de refugiados, com grandes baixas, descritos como crimes de guerra e lesa-humanidade.
Conforme a queixa, é crucial deter Lazarovitz e abrir um inquérito preliminar sobre sua participação nas operações em questão, ao notar que sua hierarquia militar, bem como o momento de sua aparição pública, constituem “base razoável para crer envolvimento direto ou indireto em tais ações”.
A Fundação advertiu que permitir o livre movimento de suspeitos ou agentes de crimes internacionais arrisca tornar a Holanda em “refúgio” para impunidade.
O país é signatário e sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, que investiga crimes por oficiais e lideranças israelenses em Gaza.
A corte em Haia deferiu em novembro mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, pelas violações em Gaza, como um precedente a investigações de países signatários.
Para a Fundação, a nova denúncia é parte de uma estratégia legal abrangente para que perpetradores de crimes sejam responsabilizados, com base no princípio de jurisdição universal da lei internacional.
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