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14.000 bebês podem morrer se a ajuda não chegar a Gaza nas próximas horas, alerta ONU

21 de maio de 2025, às 10h38

Palestinos, lutando contra a fome devido ao embargo israelense, aguardam na fila para receber refeições quentes distribuídas por organizações de caridade enquanto os ataques israelenses continuam, no Campo de Refugiados de Jabalia, na Cidade de Gaza, em 17 de maio de 2025. [Mahmoud İssa/ Agência Anadolu]

Cerca de 14.000 bebês podem morrer em Gaza em 48 horas se a ajuda não chegar a tempo, disse hoje à BBC o chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher.

Embora Israel tenha afirmado que permitiria a entrada de “ajuda básica” em Gaza, apenas cinco caminhões entraram no enclave ontem, dois carregando mortalhas para ajudar a enterrar os palestinos mortos pelos bombardeios israelenses. Outros estavam em Gaza, mas estavam presos pelas forças de ocupação e não haviam chegado aos palestinos. Esta foi a primeira entrega de ajuda desde 2 de março, quando Israel isolou completamente o enclave.

Isso, explicou Fletcher, é uma “gota no oceano” e totalmente inadequada para uma população de mais de 2,3 milhões de pessoas, para a qual nenhuma juda foi autorizada a entrar nos últimos 80 dias.

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“Toneladas de alimentos estão bloqueadas na fronteira [de Gaza]” por Israel, disse ontem o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Isso ocorre poucas semanas depois de a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) alertar que centenas de milhares de palestinos comem apenas uma refeição a cada dois ou três dias em meio ao bloqueio israelense.

“Mais de 66.000 crianças em Gaza sofrem de desnutrição grave”, disse o porta-voz da UNRWA, Adnan Abu Hasna, à Al-Ghad TV em uma entrevista.

Segundo a ONU, Gaza precisa de pelo menos 500 caminhões de ajuda por dia para atender às necessidades básicas da população.

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