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Após 44 anos na prisão, Barghouti pede libertação da Palestina

28 de fevereiro de 2025, às 14h30

Nael Barghouti, prisioneiro há mais tempo encarcerado no mundo, enfim libertado das cadeias de Israel após 45 anos [@Aljarmaqnetnews/X]

Nael Barghouti, considerado o prisioneiro há mais tempo encarcerado no mundo, libertado nesta semana no sétimo e último lote da primeira fase da troca de prisioneiros entre Israel e Hamas, reiterou que sua soltura é apenas “parcial”, dado que a “verdadeira liberdade só será completa com a libertação da Palestina”.

Após 44 anos nas cadeias da ocupação, em entrevista à Al Jazeera, enfatizou Barghouti: “Seu povo, seu terra, sua resistência — a plena libertação da Palestina”.

Barghouti descreveu a resistência e os prisioneiros como “soldados do povo, que lutam há mais de 120 anos por sua terra, sem jamais mostrar fadiga”.

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O agora ex-prisioneiro corroborou os relatos e evidências de que as condições em custódia são “extremamente duras”, ao notar que refletem a “covardia e opressão da ocupação”, mediante todas as formas de tortura física e psicológica “que aprenderam com o nazismo na Europa e o racismo na América”.

“A ocupação sujeita seus prisioneiros a agressões diárias”, destacou Barghouti. “Contudo, a resistência de seu povo tem vencido tamanha opressão, ao conquistar vitórias históricas em nossa era moderna”.

“Para o povo palestino”, prosseguiu Barghouti. “A resistência é o caminho da salvação. Vem com o custo de um oceano de sangue, mas traz um bote salva-vidas àqueles cujas vidas foram destruídas pelo aprisionamento. É uma aliança entre quem sacrificou seu sangue e quem sacrificou seus anos, para que a Palestina seja um dia libertada”.

Sobre os líderes da resistência e o genocídio israelense em Gaza, comentou Barghouti: “Nosso povo tem orgulho de seus combatentes, seus heróis e, acima de tudo, de Gaza, que fez imensos sacrifícios, incluindo por Ismail Haniyeh, Yahya Sinwar, Mohammed Deif e todos os mártires cujos nomes conhecemos ou não — todos estarão sempre em nossos corações”.

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