Nael Barghouti, considerado o prisioneiro há mais tempo encarcerado no mundo, libertado nesta semana no sétimo e último lote da primeira fase da troca de prisioneiros entre Israel e Hamas, reiterou que sua soltura é apenas “parcial”, dado que a “verdadeira liberdade só será completa com a libertação da Palestina”.
Após 44 anos nas cadeias da ocupação, em entrevista à Al Jazeera, enfatizou Barghouti: “Seu povo, seu terra, sua resistência — a plena libertação da Palestina”.
Barghouti descreveu a resistência e os prisioneiros como “soldados do povo, que lutam há mais de 120 anos por sua terra, sem jamais mostrar fadiga”.
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O agora ex-prisioneiro corroborou os relatos e evidências de que as condições em custódia são “extremamente duras”, ao notar que refletem a “covardia e opressão da ocupação”, mediante todas as formas de tortura física e psicológica “que aprenderam com o nazismo na Europa e o racismo na América”.
“A ocupação sujeita seus prisioneiros a agressões diárias”, destacou Barghouti. “Contudo, a resistência de seu povo tem vencido tamanha opressão, ao conquistar vitórias históricas em nossa era moderna”.
“Para o povo palestino”, prosseguiu Barghouti. “A resistência é o caminho da salvação. Vem com o custo de um oceano de sangue, mas traz um bote salva-vidas àqueles cujas vidas foram destruídas pelo aprisionamento. É uma aliança entre quem sacrificou seu sangue e quem sacrificou seus anos, para que a Palestina seja um dia libertada”.
Sobre os líderes da resistência e o genocídio israelense em Gaza, comentou Barghouti: “Nosso povo tem orgulho de seus combatentes, seus heróis e, acima de tudo, de Gaza, que fez imensos sacrifícios, incluindo por Ismail Haniyeh, Yahya Sinwar, Mohammed Deif e todos os mártires cujos nomes conhecemos ou não — todos estarão sempre em nossos corações”.
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