Milhares de famílias sudanesas fugiram da aldeia de Saluma, em Darfur do Norte, após um ataque atribuído ao grupo paramilitar conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), reportou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (10).
Segundo a Organização Internacional para a Migração (OIM), agência da ONU, cerca de oito mil famílias foram deslocadas de Saluma e arredores a el-Fasher, ao sul, capital do estado, entre sexta-feira e sábado.
Adam Regal, porta-voz da Coordenação Geral para Refugiados e Deslocados em Darfur, notou que um grupo filiado à FSR atacou Saluma, confrontado por forças conjuntas de outros movimentos da luta armada.
Segundo Regal, “casas da aldeia foram incendiadas”.
A FSR controla grade parte de Darfur, incluindo Nyala, a 195 km de el-Fasher.
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Darfur do Norte é ainda o único estado na região sob controle do exército. Sua capital, no entanto, com dois milhões de habitantes, continua sob cerco das forças adversárias desde maio.
Nas semanas recentes, a FSR intensificou ataques à cidade e áreas próximas, incluindo campos de refugiados, incitando confronto com grupos alinhados ao exército.
O Sudão permanece em guerra civil desde abril de 2023, após divergências entre a FSR e o exército, então aliados no golpe militar.
O conflito levou a grave crise humanitária, com dezenas de milhares de mortos e mais de 12 milhões de deslocados à força, além de milhões à margem da fome.
Conforme a ONU, cerca de 25 milhões de sudaneses enfrentam insegurança alimentar extrema. Apenas em Darfur do Norte, são 1.7 milhão de deslocados e dois milhões sob escassez severa de alimentos.
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